Gazeta Itapirense

Retorno das aulas presenciais divide pais de alunos

Desde que a pandemia virou de pernas para o ar o calendário escolar a partir do final do primeiro trimestre de 2020, muito tem se especulado a respeito de como será o retorno das atividades presenciais. Debruçada em cima de diversas questões de difícil resolução, a secretaria de Educação do município anunciou na quarta-feira que a volta ocorrerá no dia 08, sem presença dos alunos e que dependendo da evolução do Plano São Paulo de reabertura econômica, poderá autorizar a partir de 22 de fevereiro, a volta escalonada de 50% dos alunos da rede municipal. Neste intervalo de tempo pretende aplicar uma espécie de consulta aos pais de alunos para saber se eles desejam que os filhos retornem às salas de aula.

A GAZETA ouviu diversos depoimentos de pais de alunos e a percepção é de que o assunto divide as pessoas. “Acho que já é hora do retorno”, opinou a aposentada Valentina School Aricelli. Desde que toda esta confusão teve início, ela se ocupa em cuidar dos netos Matheus de 4 anos e Lara de 5. “Eu me prontifiquei a ajudar a tomar conta deles. Eu os levo por exemplo para passear. Mas, estão muitos ansiosos, não aguentam ficar em casa e querem voltar para a escola”, garantiu. As crianças estavam matriculadas no ano passado em uma escola particular, mas segundo a avó, os pais optaram por matriculá-los na rede municipal neste ano.

A auxiliar de limpeza Carina Lopez, mãe de Lorena de 11 anos e Kauê, de 17  – ambos matriculados na rede estadual – fica dividida. “O Kauê está mais preparado para um eventual retorno. Já a Larissa considero ela ainda muito frágil. Uma decisão difícil, mas que terei que tomar”, afirmou.

Fernanda disse ficar preocupada com as condições de retorno

Luis Guilherme Marques, de 11 anos, concluiu o 5º ano do ensino fundamental na rede municipal em 2020 e a mãe, Fernanda, o matriculou na Cândido Moura para iniciar o 6º ano. “Sinceramente eu fico com medo. A gente cuida bem dos filhos da gente, mas não sabemos como as outras pessoas lidam com essa situação toda”, desconfia.

A dona de casa Adriana Praxedes e o marido, Elias Praxedes, moradores no Istor Luppi, desejam a volta da filha Yasmin, de 10 anos, que estuda na escola municipal Heitor Soares. “Não tem como negar que toda esta situação está influenciando negativamente o aprendizado dela. Já passou da hora de voltar”, defendeu a mãe.

Adriana e Elias querem que Yasmim retome as aulas presenciais o mais rápido possível

Adriana considera ainda que o modelo adotado até aqui de ensino à distância, equivale a “depositar um monte de lição no colo das crianças”, considerando-o ineficaz. “Talvez uma transmissão on line, com a criança vendo a professora interagindo, fosse algo mais indicado. Mas ainda acredito que nada substitui o professor dentro da sala de aula”, reforçou.

 

 

 


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