Gazeta Itapirense

Donos de bares preparados para mais um período de vacas magras

Bares e Restaurantes amargam mais uma vez as restrições impostas pelo plano São Paulo de reabertura da economia, impossibilitados de funcionarem em condições normais e com restrição de horário por causa da fase vermelha após as 20h00 nos dias de semana e fechamento total aos sábados e domingos. No caso dos restaurantes, alguns deles, às duras penas mantém o serviço de entrega (delivery) para não ficar completamente sem opção de faturamento.

Já o caso dos bares é ainda mais complicado. São estabelecimentos que via de regra, dependem fundamentalmente da presença da clientela para se manterem em funcionamento. E estes dias tem sido de provação para os proprietários.  “Se é para fechar, que se decrete logo um lockdown”, protestou uma comerciante, cujo marido é proprietário de um famoso bar localizado na Vila Ilze. Preferindo anonimato, a comerciante disse que vai funcionar pelo fato do estabelecimento vender artigos de mercearia, mas avisa que vai restringir ao máximo a permanência de pessoas dentro do estabelecimento.

“A gente colabora, faz o que é pode. Ninguém está imune à doença (covid). Mas eu me pergunto porque só os pequenos é que tem que arcar com as consequências?”, questionou.

No bairro do Cubatão, o comerciante Arlindo Emídio Ferreira, de 71 anos, o famoso Pernambuco, proprietário há 13 anos do bar que leva seu apelido, disse que se sente mais resiliente para enfrentar este novo período de dificuldades. “A gente aprendeu muito com tudo o que ocorreu o ano passado”, afirmou. Pernambuco tem trabalhado com portas abertas, mas impedindo a permanência de pessoas dentro do bar. “Faço entrega. Não é o desejável, mas é o que posso fazer neste momento”, argumentou.

Pernambuco, rotina alterada e obedecendo às regras de distanciamento

Questionado pela GAZETA se a culpa da situação é dos governantes ou da população, Pernambuco afirma sem hesitar: “O culpado é o povo. A maioria (das pessoas) não tá nem aí para a doença. Só depois que pega um da família, aí as coisas mudam de figura. Mas como acontece em muitos casos, pode ser tarde”, ponderou.

Tradição

A GAZETA visitou também o bar mais antigo em atividade em Itapira, o Bar do Coli, na Santa Cruz. Os atuais proprietários, Fátima e o filho Marcelo Iamarino lamentam o fato do bar ter que fechar no sábado, “dia de maior movimento”, segundo dona Fátima. “Quando tudo começou ficamos 70 dias parados. Foi muito difícil”, relembrou Marcelo, de 39 anos.

Marcelo e a mãe dona Fátima: 70 dias com as portas baixadas em 2020

O Bar do Coli existe há quase 80 anos e também teve que se adaptar às novas circunstâncias, entregando bebidas e os famosos salgados para que as pessoas consumam em suas casas. “Temos uma freguesia consolidada e a maioria das pessoas fica incomodada com as novas regras. A gente explica que tem que fazer do jeito que as autoridades pedem”, emendou Fátima.

 

 

 

 

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