Gazeta Itapirense

Editorial: Brasileiro não é bobo não

O povo brasileiro pode ter inúmeras imperfeições quando comparado aos demais povos dos países desenvolvidos. Não é para menos. Nossa história é marcada por educação deficiente e grandes gargalos provocados pela desigualdade.

No entanto, somos incomparáveis em alguns pontos: gostamos de brincar e de rir de nós mesmos, não transformamos a nossa vida em um grande fardo; gostamos além da conta de música, cultivamos vários estilos, instrumentos e ritmos; somos um povo festeiro, qualquer motivo pode virar festa; enfim somos um povo feliz apesar de tantas  dificuldades. Somos um povo generoso e solidário. Temos inúmeras belas paisagens naturais, aquelas que chamam os turistas, mas quando os turistas vão embora, segundo as pesquisas, mais da metade atesta que o melhor do Brasil é seu povo.

Nos consideramos um povo esperto. Uma qualidade que uns usam para o bem, outros, nem tanto. Na vacinação contra a Covid, a esperteza encontrou o bom caminho. O Brasil e os EUA enfrentaram a ação frenética dos negacionistas. Mas os brasileiros ficaram com a ciência. Desde as primeiras pesquisas, 80% da população dizia que queria se vacinar. Na prática os números buscam a confirmação. Nos EUA, os antivacinas estão conseguindo que nos estados da região Sul e Meio-Oeste as pessoas resistam à vacina. Resultado: 97% dos hospitalizados e 99% das mortes são de pessoas não vacinadas.

Com esperteza natural, o brasileiro é um povo que supera constantemente as adversidades: sobrevive apesar dos maus encaminhamentos políticos; se ajeita quando vê suas casas alagadas nos períodos de chuva; enfrenta horas de condução nas grandes cidades para ir e voltar ao trabalho; se vira na carestia para colocar a comida na mesa; e por aí vai. Diriam alguns que essa esperteza vem do exercício de sobrevivência. Conclusão provavelmente irrefutável.

Na vacinação a esperteza do povo brasileiro se revelou maior. Assim como nos EUA, por aqui os negacionistas não deram trégua. Até hoje os antivacinas empesteiam as redes sociais tentando convencer o brasileiro a não se vacinar. Se boa parte dos americanos caíram nessas falácias, quase todos os brasileiros fizeram ouvidos de mercador. Estão se vacinando. O número de casos, as internações e as mortes estão caindo, seguindo as estatísticas internacionais. Estamos saindo da pandemia.

As grandes tragédias históricas provocaram boas mudanças na humanidade. Que a pandemia nos faça melhores.

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