Gazeta Itapirense

Consumidores reclamam do “gosto” da água do SAAE

Nestes dias de estiagem severa e que o assunto “crise hídrica” começa a ganhar mais força em grande parte dos Estados brasileiros, o consumidor de água de Itapira anda meio ressabiado. A reportagem da GAZETA recebeu queixas de algumas pessoas que reclamam do gosto da água.

A dona de casa Eliane Rodrigues, moradora no bairro Nosso Teto, disse que tem sentido o que interpretou como sendo um “gosto forte de cloro” nos últimos dias. Ainda segundo ela, no momento de tomar banho o vapor de água que sai do chuveiro apresenta o mesmo odor. “Talvez por causa da seca no Ribeirão, mas o fato é que a água está chegando diferente”, sustentou.

Mesma impressão tem a dona de casa Andressa de Souza, do conjunto residencial Assad Alcici. “Está (a água) com um gosto mais pesado. Parece cloro. Tá esquisito”, afirmou. O servente de pedreiro Antônio Diogo, do jardim Raquel, contou que percebe a presença de cloro quando precisa fazer a massa de concreto. “Dá para perceber que está mais concentrado o cloro na água”, afirmou.

A GAZETA fez contato com a direção do SAAE para esclarecer a questão, mas não obteve retorno até a postagem desta notícia. Um profissional da área química com larga experiência neste tipo de assunto, disse que é muito provável que a atual condição da água que desce do Ribeirão da Penha esteja obrigando as pessoas que cuidam do tratamento a utilizar uma quantidade maior de substâncias químicas.

Ele disse, sob condição de anonimato, que a maior turbidez observada na água ocorre por causa da maior concentração de poluentes e também pela liberação de água existente em tanques de empresas cerâmicas. “Uma água carregada com partículas de substâncias usadas na indústria cerâmica exige maior utilização de elementos químicos como o cloro e o policloreto de alumínio”, mencionou.

O especialista disse no entanto que existe um padrão de tratamento que não pode ser alterado, ou seja, mesmo utilizando maior quantidade de elementos químicos, não deve haver alteração na qualidade do produto que é servido à população.

Contingenciamento

 

A observação de que água proveniente de tanques de cerâmicas podem estar sendo desviadas para o Ribeirão da Penha corrobora com a estratégia já anunciada pela atual administração de que vai fazer uso de água depositada em reservatórios de particulares para fazer frente à estiagem.

O plano de contingenciamento anunciado fala em medidas emergenciais quando o nível de represamento existente na captação de água chegar a menos de 1,20 metros. Com toda esta estiagem, até o presente momento isso não ocorreu. Foi o que garantiu na semana retrasada o diretor-presidente da autarquia, Carlos Vitório Boretti de Ornellas, respondendo a uma consulta feita pela reportagem.

Na captação, nível de represamento ainda não atingiu ponto crítico segundo a direção do SAAE

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