Gazeta Itapirense

Toque de recolher colocava Itapira no noticiário nacional um ano atrás

O momento mais traumático da pandemia Brasil afora tem obrigado gestores municipais e estaduais a adotarem medidas extremas visando aumentar o distanciamento social entre as pessoas e impedir a circulação daquelas que podem ficar em casa. Neste sentido tem se propagado desde o começo do ano o chamado “toque de recolher”, atualmente adotado por dezenas de cidades.

Foi no dia 08 de abril do ano passado que este assunto apareceu pela primeira vez no noticiário das grandes emissoras de televisão. Tudo por causa de um decreto do então prefeito José Natalino Paganini, que instituiu o toque de recolher na cidade. A medida teve curta duração, menos de 48 horas, mas foi suficiente para levantar muita polêmica.

Paganini acabou recuando diante de uma advertência do Ministério Público que enxergava na medida uma transgressão no direito constitucional de ir e vir. Nas redes sociais sua atitude gerou muita discussão. Aqui em Itapira, como não poderia deixar de ser, recebeu uma saraivada de críticas, mas teve também muita gente que apoiou a iniciativa.

Hoje, distante da prefeitura e se ocupando somente de seus afazeres empresariais, Paganini disse que não se arrepende de nada. “Na noite anterior (de editar a medida) eu havia saído para ver se as pessoas estavam respeitando o decreto da quarentena. Estávamos na fase mais restritiva. Pude constatar grandes aglomerações em locais públicos. Achei que precisaria tomar alguma medida mais rigorosa para que as pessoas entendessem o que estava acontecendo. Então me reuni com a área jurídica, com os integrantes do Comitê de Emergência de Síndromes Gripais e com os vereadores de minha base de sustentação para decidir o que fazer. Houve um entendimento de que a implantação da medida seria algo conveniente para a situação daquele momento”, relembrou.

Paganini disse que medida foi respaldada pela área técnica da Saúde

No dia em que o decreto foi publicado no Diário Oficial, Itapira tinha 17 casos de covid e o segundo óbito acabava de ser confirmado. “Para ser franco, eu tinha um claro pressentimento de que a situação iria se agravar dali em diante. Jamais duvidei que tomamos uma atitude correta. Era um momento de muitas incertezas e pouco conhecimento a respeito de como lidar com a situação. Eu me lembro que havia uma perfeita sintonia com o pessoal da área técnica da Saúde e isso facilitou os preparativos que realizamos para combater a pandemia, com a criação da infraestrutura que felizmente tem sido decisiva até nos dias de hoje quando a transmissão do vírus saiu de controle em todo o país”, mencionou.

Paganini disse que torce para que seu sucessor, Toninho Bellini, tenha êxito nas medidas que vêm tomando para deter a escalada da doença em seu momento mais crítico. “Ele (Bellini) sabe da responsabilidade que repousa sobre suas costas. Ele precisa contar com o mesmo respaldo de toda a sociedade, assim como eu tive lá atrás”, completou.

 

 

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