Saúde pública de Itapira “está sendo assassinada”
O deputado Barros Munhoz fez nesta quarta-feira (14), um de seus pronunciamentos mais críticos à atual administração do prefeito Toninho Bellini. Fazendo uso das redes sociais, Munhoz associou a mudança de postura da Santa Casa, que a partir do final do ano passado decidiu atender pacientes de Covid em seu ambiente hospital, a uma suposta negligência da atual administração em não investir na criação de mais leitos de UTI no Hospital Municipal.
Ele fez um apanhado das primeiras tratativas no começo do ano passado, com a chegada da pandemia, envolvendo a Secretaria Municipal de Saúde e a então diretoria da Oscip que cuidava da gestão da Santa Casa, que resultou na cessão das três UTIs para o controle do município, sob compromisso do encaminhamento de todo paciente suspeito e confirmado de Covid para atendimento no Hospital Municipal.
Mais à frente, falou da decisão da nova gestão da Santa Casa em reaver os leitos entregues, sob argumento de que os gestores atuais decidiram pela ativação do atendimento a pacientes de Covid a partir de novembro do ano passado. “Depois houve uma campanha na cidade para aumentar o número de leitos (UTI) e passou para cinco enquanto que o HM continuou com 15. Só agora em junho que o HM passou para 16 e a Santa Casa foi para 09”, completou.
Valores
Foi a partir daí que o parlamentar fez uma associação entre o crescimento do número de leitos da Santa Casa e a falta de empenho de Bellini para reforçar aqueles do HM. “A Santa Casa não atende de graça”, colocou. Em seguida, divulgou valores, os quais, o hospital cobra para consultas e internação em suas UTIs de Covid, deixando a entender que a superlotação registrada nas UTIs do HM acabou, ao seu ver, por motivar muitas pessoas a levarem seus doentes para serem atendidos na Santa Casa. “O que foi feito foi uma paralisação da saúde pública e de qualidade, enquanto teve que crescer na Santa Casa e aumentou o faturamento da Santa Casa. Nada contra se o HM garantisse o atendimento de quem não pode pagar, pois tem gente vendendo casa para pagar a internação na Santa Casa, vendendo carro, fazendo rifa, pedindo pelo amor de Deus ajuda para cobrir a saúde de seus entes queridos”, colocou, dizendo ao final que não conseguia esconder sua revolta contra a situação que denunciou.
O Outro Lado
A GAZETA procurou a administração municipal que se manifestou por intermédio de sua assessoria de comunicação, afirmando que não se pode comparar a rede SUS com a rede particular no que diz respeito ao aumento de leitos. Mencionou ainda que a prefeitura dispõe atualmente de 16 leitos de UTI Covid credenciados no Ministério da Saúde e cadastrados no sistema CROSS – a central de regulação do governo paulista para destinação de leitos da Covid. “Os outros 4 leitos de UTI Geral que temos podem ser utilizados (tal como são) para atendimento de pacientes de Covid se necessário”, e “O Hospital da Solidariedade está em pleno funcionamento desde sua inauguração”. A direção da Santa Casa optou por não se pronunciar a respeito das declarações do deputado.