Gazeta Itapirense

SAMU regional é usado para fraude em licitação no RJ

 Um assunto envolvendo a contratação pelo estado do Rio de Janeiro de serviços médicos especializados para atendimento no Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (SAMU) saiu da esfera administrativa para ingressar na esfera policial, conforme apura a imprensa do estado fluminense.

E o assunto acabou respingando aqui na nossa região. Isso porque a empresa Clínica Médica Dr. Marco Selicani Ltda, vencedora do certamente e que se habilita a embolsar uma bolada de quase 31 milhões de reais durante um ano, apresentou, segundo as denúncias, um atestado de capacidade técnica que sugere que a empresa possui credenciamento no SAMU da Baixa Mogiana, fato negado pelos gestores do Consórcio de Saúde 08 de Abril, que administra o SAMU da região.

O referido Processo Licitatório elenca o nome de diversos profissionais da área médica aqui da região, com histórico de prestação de serviços ao Consórcio 08 de Abril, como se tivessem algum vínculo com a empresa do Rio de Janeiro. O Consórcio 8 de Abril cuida de interesses das cidades de Itapira, Mogi Guaçu, Mogi Mirim e Estiva Gerbi.

A sede do Consórcio 08 de Abril, em Mogi Mirim: assunto causou perplexidade entre diretores do colegiado

Conforme apurou a GAZETA, a informação causou perplexidade na direção do Consórcio, a qual, imediatamente tomou medidas para esclarecer o assunto e colaborar com autoridades fluminenses. Em nota oficial enviada para a GAZETA, a direção do Consórcio esclarece que ficou sabendo do caso no início de março, quando procurada por veículos de imprensa do Estado do Rio de Janeiro. “Após diligenciar junto aos setores responsáveis, constatamos que a empresa não está (e nem esteve) credenciada junto ao Consórcio Intermunicipal de Saúde 8 de Abril para prestar serviços de saúde aos municípios consorciados e/ou ao SAMU Regional da Baixa Mogiana”, informou.

Ainda conforme esclarecimento enviado ao jornal, a direção do Consórcio elencou providências que já estão sendo tomadas em âmbito interno para esclarecimento dos fatos. “Diante das informações veiculadas pela imprensa, foi instaurado em caráter imediato Processo Administrativo sob nº CG/004/2021 para apuração dos fatos. A apuração será conduzida com absoluta seriedade, rigor e na maior brevidade possível a fim de que a situação seja devidamente esclarecida e para que eventuais medidas que, porventura, sejam necessárias possam ser tomadas. Além disso, foi lavrado Boletim de Ocorrência em nome do Consórcio e encaminhado ofício à Fundação Saúde (entidade responsável pelo Processo Licitatório no qual o documento teria sido apresentado) informando que o conteúdo da declaração é falso e que a empresa citada nunca esteve credenciada, nem prestou qualquer tipo de serviço junto ao consórcio”.

Ao finalizar, a direção do Consórcio reforça que não tem qualquer envolvimento no nebuloso caso e que o processo administrativo encontra-se em fase preliminar de investigação. “Tão logo essa fase seja concluída, será encaminhado para deliberação do colegiado”, finalizou.

 

 

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