Gazeta Itapirense

Na pior crise da história de Itapira, prefeito desaparece

Na próxima quinta-feira, 25, será completado 1 mês da última aparição pública do prefeito Toninho Bellini para tratar do assunto pandemia de coronavírus em Itapira. Na ocasião ele participou de uma live junto com o secretário de Saúde, Vladen Vieira, e o médico Marcelo Cesto.

De lá pra cá as coisas mudaram, e pra pior, bem pior. Se naquele 25 de fevereiro Itapira tinha 12 casos confirmados em 24 horas, hoje em dia a média beira os 50 casos todos os dias.

A taxa de ocupação da UTI (Hospital Municipal e Santa Casa) estava em 66,7%, e há uma semana bateu nos 100% nos dois hospitais, com pacientes tendo que esperar por uma vaga na enfermaria, chegando ao ponto do irmão do prefeito, o vereador Mino Nicolai, disparar um áudio apontando o colapso na saúde local.

As mortes confirmadas no fim de fevereiro estavam em 61, hoje estão em 87, tendo um aumento de mais de 40% em 25 dias.

Quando se olha outros dados estatísticos, a coisa é mais feia ainda. Em 25 de fevereiro eram 62 em tratamento (hoje são 187), 41 em isolamento social (hoje são 142) e 64 suspeitos (hoje são 120).

Seria justamente agora que o prefeito Toninho Bellini deveria vir a público e arregaçar as mangas da camisa (se bem que o traje oficial dele neste terceiro mandato é camiseta da Nike e tênis da mesma marca).

Ele teria que fazer live com profissionais da Saúde diariamente ou quase isso. Sentar ao lado de seu secretário de Saúde e mostrar para o povo o que vem sendo feito e ter humildade de pedir opinião e ajuda, seja de quem for.

Ir à Rádio Clube e tentar trazer alento para os itapirenses, seria outra forma de se mostrar presente, e preocupado.

Poderia usar e abusar das redes sociais todos os dias. Pedir apoio, que certamente não seria negado, a todos os órgãos de imprensa da cidade. Quem não se lembra das lives diárias do ex-prefeito Paganini e suas aparições na Rádio Clube e redes sociais durante a pandemia? Milhares de pessoas assistiam e tiravam suas dúvidas com o então prefeito e seus convidados diários.

Sem contar que Paganini, com ajuda do deputado Totonho Munhoz, montou uma das maiores estruturas de combate ao coranavírus do Brasil.

Pelo contrário. Toninho Bellini se fechou em uma redoma de vidro e toca Itapira como se nada de anormal estivesse acontecendo. Pelos burburinhos políticos dos últimos dias, a situação já está incomodando seus secretários e pessoas do primeiro escalão e as mais próximas.

Achar o prefeito andando pela cidade virou tarefa de gincana, com direito ao prêmio de um doce para quem conseguir uma foto dele trabalhando. O povo vai ter que desacostumar de ver seu prefeito desde as 6 da manhã até tarde da noite pra lá e pra cá, resolvendo problemas, como foi com Paganini.

A falta de pulso e vontade de trabalhar (adjetivos que Toninho Bellini já carrega há anos) está mais evidente agora, com o sumiço do atual líder político constituído da cidade.

Prova inconteste do desleixo de Bellini com Itapira e seu povo foi a ascensão meteórica do vice Mário da Fonseca ao posto de ‘resolvedor’ de problemas e temas espinhosos. Desprezado pelo prefeito até meados de fevereiro (Toninho queria alguém de renome), Fonseca assumiu o posto de secretário de Negócios Jurídicos e depois foi alçado a ‘prefeito de fato’, junto com mais alguns.

A verdade nua, e crua é uma só: Toninho Bellini queria ganhar as eleições de 2020, mas não queria governar. Não queria voltar a ter que trabalhar depois de 8 anos vagando entre supermercados e campos de futebol, com o seu inconfundível e ainda cativante sorrisinho.

Os itapirenses que se cuidem, somos um avião em pleno voo sem comandante na cabine.

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