Gazeta Itapirense

Moradores questionam corte de árvores adultas na “Italianos”

Uma intervenção feita no início dessa semana pela Secretaria de Serviços Públicos, que cortou diversas árvores adultas no trecho da avenida dos Italianos que compreende o prolongamento da avenida Juritis em direção ao centro da cidade, provocou questionamentos da população.

Pelo que foi apurado, as árvores removidas não eram da flora nativa. Mas ainda sim, o serviço realizado acabou merecendo reparos. “Procurei informações na SAMA (a Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente) depois que vi o corte de alguns ingás. A impressão que dava era que da forma como o serviço estava sendo realizado poderia levar de arrastão outras árvores. O correto seria fazer uma marcação nas espécies invasoras. Além do mais, a poda como foi feita faz as árvores perderem o equilíbrio”, disse um empresário que tem um barracão próximo ao trecho onde foi feito o corte, e que preferiu ter a identidade preservada.

Sobras de árvores que foram cortadas foram colocadas junto ao calçadão e da ciclovia

O aposentado José Antônio Cipoletta, 70, que mora ali perto, disse que o trecho onde costuma ficar sentado no período da tarde perdeu boa parte da sombra. “Agora bate uma claridade enorme”, lamentou. Um outro usuário do calçadão existente no local, que se identificou como Romualdo, reclamou dos galhos que foram lançados dentro do leito do Ribeirão com a poda. “Quanto mais cedo retirarem, melhor, porque se deixarem muito tempo, pode ocorrer da volta das chuvas e a água vai ficar represada nesse trecho”, apontou.

 

O Outro Lado

 

O Biólogo Anderson Martelli, diretor da SAMA, disse que a intervenção que vem sendo realizada naquele trecho visa substancialmente a eliminação de árvores invasoras, como as Leucenas, especialmente aquelas com risco de queda. “Foram suprimidas árvores inclinadas, com risco de cair dentro do Ribeirão e também na avenida”, informou.

Ele calcula que foram cortadas 8 árvores no trecho e feita uma poda em diversas outras. Martelli explicou ainda que a SAMA faz o laudo técnico para o corte de árvores e a Secretaria de Serviços Públicos é quem faz o corte e remoção. “No caso desta intervenção, por ser uma área de preservação permanente (APP), tivemos também autorização da CETESB”, ilustrou.

O diretor da SAMA informou ainda que o planejamento original desta intervenção prevê a remoção de galhos e troncos que estão depositados no leito do Ribeirão. “O período da estiagem é aquele mais propício para a realização desse serviço. Os moradores podem ficar tranquilos que a limpeza será realizada”, prometeu. E, ao encerrar, lembrou que no lugar das oito árvores cortadas foram plantadas 30 mudas nativas, para recomposição da mata ciliar do Ribeirão.

Seu Antônio lamentou ter ficado sem a sombra no local onde costuma descansar

 

 

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