Gazeta Itapirense

Médicos Veterinários protestam por ficar sem a vacina

A classe veterinária de Itapira está em pé de guerra com a Secretaria Municipal de Saúde. O motivo foi a exclusão da categoria da relação de profissionais da saúde que receberam a vacina, como enfermeiros, dentistas e fisioterapeutas. A negativa tem provocado reações indignadas destes profissionais. Em Itapira estima-se que sejam em torno de 50 os profissionais da área.

O problema não é recorrente só em Itapira. O presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária de São Paulo, Mário Eduardo Puga, publicou uma gravação nas redes sociais onde reafirma o direito de vacinação aos profissionais da área e lista uma série de providências que a entidade está tomando para garantir a vacinação de seus representados. Ele cita que oficiou 50 municípios (Itapira não estava na relação) para que agilizem os procedimentos, ameaçando ingressar na Justiça para ter o direito assegurado.

Aqui em Itapira a médica-veterinária Marina Assugeni Sobreiro Dias tomou ao longo desta semana a iniciativa de procurar as autoridades municipais para saber os motivos da exclusão dos veterinários. Na quarta, 31, ela conversou, em companhia do colega Leonardo Marangão, com a coordenadora da divisão de Vigilância Epidemiológica (VE) da secretaria de Saúde, enfermeira Josemary Apolinário e ouviu dela que a exclusão ocorreu em obediência àquilo que determina o Plano São Paulo de imunização. (veja nota da prefeitura abaixo).

“Fiquei muito frustrada, com um sentimento de desvalorização”, disse a profissional. Segundo Marina, a atividade que exerce oferece alto risco de contágio. “Nós atendemos muitas pessoas ao longo do dia, sendo inevitável. Não tem como atender um animal a mais de um metro de distância do proprietário”, justificou. A veterinária informou que a luta a partir de agora se dará em nível do CRMV.

Outro que endossou o coro de descontentamento com a situação foi Sandro Belli, de 48 anos e há 26 exercendo a profissão. “Acho que a decisão de excluir os veterinários foi um equívoco muito grande, pela importância que a atividade possui na retaguarda de ações de saúde, inclusive, na cadeia produtiva de alimentos”, ponderou.

Marina Assugeni cobrou explicações das autoridades e se sentiu frustrada com a negativa

O Outro lado

Respondendo questionamento enviado pela GAZETA, a assessoria de comunicação da prefeitura informou que não existem doses suficientes de vacina para “atender o amplo grupo de profissionais de saúde que estão na lista priorizada pelo governo”.

“Apesar de os veterinários fazerem parte do grupo de profissionais da saúde, na página 5 da 6ª atualização do Documento Técnico do CVE SP (https://www.saude.sp.gov.br/resources/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica/vacina/documentos-tecnicos-covid-19/documentotecnico_campanhadevacinacaocontraacovid_6atualizacao.pdf) está esclarecido que as doses foram distribuídas de acordo com estimativa populacional de trabalhadores de saúde, mas foi necessária uma ordem de priorização. Desta forma, como ainda há profissionais a serem vacinados dentro dessa ordem prioritária estabelecida pelo documento técnico, o município precisa aguardar a chegada de mais doses voltadas para o público alvo de trabalhadores da saúde para abrir para todos os demais profissionais elencados que ainda não foram imunizados. Vale ressaltar ainda que quando o município recebe doses, elas vêm identificadas para qual grupo se destinam e se é para 1ª ou 2ª dose”, conclui a nota.

 

 

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