Editorial: Quem é esse tal de Paulo Freire?

Hoje, 19 de setembro de 2021, Paulo Freire, se vivo estivesse, estaria completando 100 anos de vida. Falecido em 1997, esse grande educador brasileiro ainda é estudado no mundo inteiro. Publicou mais de 30 livros.

O aniversário de Paulo Freire está sendo comemorado em vários países com eventos, exposições, podcasts e debates. No Brasil, o mais relevante acontece em São Paulo: “Ocupação Paulo Freire”, no Espaço Itaú Cultural. Nessa exposição o visitante entra na vida familiar de Paulo Freire, um dos documentos mais antigo e inédito é o livro do bebê. Outros documentos e imagens que revelam a importância desse grande educador estarão à disposição.

Afinal, quem é Paulo Freire e qual é a sua importância para a educação mundial? Resumidamente, a teoria freiriana coloca a educação como uma ferramenta contra a opressão e que qualquer processo educacional deve partir da realidade do próprio aluno. A partir dessa premissa, Paulo Freire criou um método de alfabetização de adultos que caminhava a passos largos, mas foi interrompido pela ditadura militar, posteriormente, exilado. Mas como as boas ideias não morrem, elas continuaram produzindo ramificações.

A obra de Paulo Freire passou a ser referência não só na Educação, mas na Saúde, Artes Plásticas, Ecologia e Segurança Pública. Atualmente, existem vinte institutos Paulo Freire pelo mundo que estudam as ideias dele em países como Alemanha, África do Sul, China, Finlândia, Inglaterra, Egito, Espanha, Estados Unidos, Itália, Malta e República Dominicana.

Os países classificados pela Unesco como tendo os melhores sistemas educacionais como Coreia do Sul, Finlândia, Estados Unidos etc., a pedagogia de Paulo Freire foi e continua sendo aplicada. Em educação, Freire é o terceiro teórico mais citado em trabalhos acadêmicos no mundo.

Paulo Freire foi transformado em patrono da educação brasileira, no entanto, suas ideias nunca foram aplicadas integralmente no Brasil, seja pelo não querer, ou pelo não saber, ou pelos custos que representariam. Mesmo reconhecendo a grandeza das ideias de Paulo Freire, os governos vêm aplicando outras teorias no ensino público. O resultado está a olhos vistos.  

Em 1985, Paulo Freire disse: “Uma das coisas que eu acho que a gente precisa fazer é não ficar velho nunca. É não deixar envelhecer o menino, a menina que a gente foi. Nesse sentido, eu sou e não sou novo. Eu sou um velho que se renova. Eu me sinto bem na medida em que procuro fazer bom o momento em que vivo. A minha busca é uma busca de quem não pretende jamais ficar de braços cruzados diante do presente, diante da realidade atual, da realidade em que estou.”

Parabéns, Paulo Freire!