Gazeta Itapirense

Editorial: As olimpíadas de Tóquio se foram, e agora?

Editorial: As olimpíadas de Tóquio se foram, e agora?

Na manhã deste domingo, às 8h (horário de Brasília), depois de 19 dias de competições, o comitê organizador das Olimpíadas de Tóquio iniciou a cerimônia de encerramento dos jogos disputados em meio à pandemia, sem público na maioria das provas e das disputas. O Brasil melhorou, superou a marca histórica de medalhas conquistadas em 2016, 21: com 7 de ouro, 6 de prata e 8 de bronze. Na seleta tabela dos países que conquistaram mais medalhas, ficamos com a 12ª colocação, saltamos uma posição, em 2016, ficamos em 13º. Na nossa frente, só países muito mais desenvolvidos que o nosso.

Os jogos olímpicos são divididos em duas fases, a primeira ocorreu entre os anos de 776 A.C. e 393 a.C.. Depois de 293 edições foram interrompidos pelo imperador romano Teodósio I ao se converter ao cristianismo que abominava qualquer tido de adoração aos deuses. As olimpíadas homenageavam Zeus, por isso, eram consideradas como rituais pagãos. A Grécia foi invadida e se tornou parte do Império Romano em 149 A.C., quando a tradição das olimpíadas passou a ser questionada. Em 1986, na Grécia, aconteceu a primeira edição das Olimpíadas da Era Moderna. Foram canceladas três vezes pelas guerras: 1916, 1940, 1944. As Olimpíadas de Tóquio é a 32ª edição, a primeira a ser adiada por causa da pandemia.

As olimpíadas de Tóquio se revelou a mais humanizada de todas as edições anteriores. Exemplos não faltaram: a ginasta Simone Biles, EUA, uma das maiores estrelas da categoria, se retirou das provas para cuidar da saúde mental; a skatista americana quando errava ou caía nas suas manobras fazia graça para as câmeras, passando a ideia de que o importante não era ganhar, mas de estar naquele seleto grupo de finalistas; foi mais inclusiva; teve a maior participação feminina da história; todos os atletas encararam as olimpíadas com a maior responsabilidade, mas levaram para a competição o desejo de se divertir.

Os atletas brasileiros sofreram muito na fase de preparação, além da falta de apoio financeiro, enfrentaram situações inusitadas para se prepararem. O ginasta Caio Souza construiu aparelhos em casa e era assistido pelo técnico online. O judoca Rafael Silva usou familiares nos treinamentos. O mesatenista Hugo Calderano treinou no apartamento em que mora.  O arremessador de peso, Darlan Romani, usou um terreno baldio para os seus lançamentos. Enfim, as olimpíadas de Tóquio, pelo menos para os brasileiros, foram um festival de improvisações. Paris promete!

O Brasil tem um arsenal de atletas de alta performance. Muitos estão nas camadas mais pobres da população, onde o esporte pode ser um fator de mudança na qualidade de vida, assim como muitos integram as faixas de renda média e alta onde o esporte é praticado por prazer. Cabe ao Brasil garimpar os melhores e investir neles o mais cedo possível. Resultados melhores virão.

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