Gazeta Itapirense

Anulação dos processos de Lula é festejada pela militância petista

O PT de Itapira, que andava meio borocochô ultimamente, recebeu com alívio e entusiasmo a notícia de que o ex-presidente Lula teve duas sentenças que pesavam contra ele anuladas pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF). O assunto foi o mais comentado em todo o Brasil desde que a informação começou a circular na tarde da última segunda-feira, 08. Caso mantida pelos pares de Fachin no STF, a decisão devolve a Lula os direitos políticos e ele poderá disputar a eleição presidencial de 2022.

“Uma decisão tardia, mas esperada”. Foi desta forma que reagiu a advogada e militante do PT, Sônia dos Santos, a Sônia Réchia, que durante 12 anos (de 2000 a 2012) exerceu o cargo de vereadora na Câmara Municipal de Itapira. Muito à vontade para tratar de um problema que no fundo tem muito a ver com interpretação da legislação vigente no país, Sônia comentou que a decisão de Fachin “primou pela obviedade”, ou seja, segundo seu entendimento a Vara de Curitiba nunca teve competência para julgar os processos do ex-presidente.

Sônia vocaliza o discurso da militância ao defender que houve uma orquestração para condenar Lula e impedi-lo de disputar as eleições de 2018. Ela acredita que se o caso for analisado pelo pleno do STJ (quando todos os ministros votam) a decisão será mantida. Do ponto de vista político, ela também materializa um discurso comum aos petistas mais empedernidos, segundo o qual, somente Lula consegue atrair em torno de seu nome uma frente ampla para derrotar Jair Bolsonaro na eleição presidencial de 2022.

“A maior prioridade no momento é impedir que uma pessoa tão desqualificada continue exercendo e manchando o cargo de presidente do país. E ninguém tem mais potencial e autoridade do que o Lula para comandar este processo”, defendeu.

A ex-vereadora Sônia dos Santos: “decisão tardia”

“Eu avisei”

Outro figurão do PT local é o sociólogo e professor universitário de Ciências Políticas, José Carlos Vieira, também ele ex-vereador aqui na cidade, lembrou que ainda no ano passado cantou a bola de que as condenações de Lula não se manteriam em pé por muito tempo “pelas evidências de que haviam pessoas interessadas em mantê-lo fora do processo eleitoral”, segundo registrou aqui mesmo na GAZETA.

Vieira compartilha o argumento de que com a volta de Lula ao jogo político na qualidade de protagonista, a militância do PT que andava meio acuada, voltará a se manifestar. “A bem da verdade, a militância aquietou-se muito em função da pandemia. Na medida em que as coisas se normalizarem – e eu acredito que isso deva ocorrer em breve – ela vai se manifestar. Quando falo em militância, inclua aí o movimento sindical e outros atores políticos que também enxergam em Lula a pessoa capaz de liderar um processo que culmine com a derrota de Bolsonaro em 2022”.

Bem no estilo “um pé na frente e outros atrás”, Vieira disse que apesar do aparente otimismo, acha que é preciso aguardar que o STF formalize a decisão de Edson Fachin. “Temos outros embates pela frente. Melhor esperar as coisas acontecerem uma de cada vez”, ponderou.

Vieira enxerga a militância motivada para voltar às ruas

 

 

 

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