Gazeta Itapirense

Um ano depois, cidade enfrenta o pior momento da pandemia

No último dia 17 de março fez um ano que a Secretaria Municipal de Saúde divulgou os três primeiros casos da covid-19 no município. Menos de 30 dias depois, no começo de abril, o primeiro óbito. Até 11 de abril o total de óbitos já chegava a 3, e a partir daí não parou mais, podendo atingir a casa simbólica de 100 mortes até o final deste mês.

A primeira notificação da doença no Brasil ocorreu em 26 de fevereiro e dizia respeito a uma pessoa do sexo masculino que tinha voltado de uma viagem à Itália. A primeira morte ocorreu em 12 de março (e só foi confirmada em junho), uma mulher de 57 anos, também de São Paulo, capital.

Aqui em Itapira, antenado nos fatos, o então prefeito José Natalino Paganini agiu rápido, criando um comitê de emergência para Síndromes Gripais. A cada dia uma nova medida, como por exemplo a montagem de espaços apropriados para receber pessoas suspeitas de terem contraída a doença. A prefeitura cuidou também de reforçar sua equipe de profissionais.

Neste momento já era grande a procura por respiradores artificiais, sem os quais, não haveria como montar UTIs. Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) evaporavam do mercado. Paganini passou a seguir as diretrizes do governo estadual e ainda em março, foram anunciadas as primeiras medidas restritivas, para evitar a circulação das pessoas, fechando por longos 70 dias o chamado comércio “não essencial” e fechando também as escolas e igrejas.

A prefeitura passou a divulgar diariamente boletins com informações a respeito da escalada da doença. Paganini passou a fazer transmissões on line a partir do plenário da Câmara Municipal (Lives) tendo sempre a presença de um especialista para fazer um balanço da situação e responder perguntas do público.

O ex-prefeito José Natalino Paganini usou as redes sociais para se comunicar com a população

Escalada

O número de casos foi aumentando substancialmente e em 21 de agosto atingia mil registros confirmados. A esta altura, a grande maioria das pessoas já apresentava sinais de cansaço com relação à quarentena. O índice de isolamento caiu vertiginosamente. Apesar disso, até novembro, em Itapira e na grande maioria das demais cidades em todo o Brasil, houve um achatamento na curva o total de casos começou a cair.

 

Final de Ano

Essa falsa sensação, aliada ao relaxamento das medidas de isolamento social, fizeram com que muitas pessoas passassem a frequentar lugares onde havia aglomerações. Cenas de praias lotadas, bares apinhados e festas de todo tipo, fizeram ascender o sinal de alerta nos especialistas. Mas tudo em vão. O final de ano registrou movimentação intensa de pessoas em muitos lugares do país, aqui em Itapira, inclusive.

A resposta veio de forma devastadora. Quando Paganini passou o comando da prefeitura para Toninho Bellini em 1º de janeiro, eram 8.760 notificações, com 2.384 casos positivos e 52 óbitos. No boletim divulgado ontem, dia 22, são 12.760 notificações (quase 50% a mais em menos de 90 dias), 4.292 casos confirmados (1.908 a mais neste curto período) e 90 óbitos (crescimento de mais de 50% do começo de janeiro até agora).

 

Vacinas

A vacina chegou a Itapira em 21 de janeiro e a Secretaria de Saúde vem atendendo profissionais de saúde e grupos de pessoas a partir das faixas etárias maiores para as menores. Não diferentemente do que ocorre em todo o Brasil, a vacinação segue devagar por causa da baixa disponibilidade de doses.

A chegada da vacina representa maior esperança de enfrentamento da atual situação
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