Gazeta Itapirense

Editorial: Sem diálogo, o democrata é de mentira

Muita gente já deve ter ouvido falar que a democracia nasceu na Grécia, mas poucos talvez saibam como e por que essa tal democracia nasceu.

No século quinto antes de Cristo, os atenienses, insatisfeitos com a tirania dos governantes, construíram um sistema que levasse em consideração a opinião da maioria. Maioria esta que não incluía as mulheres, nem os escravos. Decidiram que cada cidadão teria direito a debater e votar, os assuntos de interesse coletivo, nas assembleias públicas que ocorriam quatro vezes por mês. Assim pariu a democracia, o exercício do poder político por parte do povo.

A tirania é associada aos governos autoritários que não respeitam as liberdades individuais, violam as leis existentes e utilizam-se de práticas condenáveis para se manterem no poder. Até os dias de hoje, os tiranos estão à espreita, prontos para abocanhar o vacilo dos incautos. A democracia não é um sistema pronto e acabado, acompanha a evolução social, por isso, é um processo em construção permanente.

Cerca de duzentos anos depois do nascimento da democracia, o filósofo grego Aristóteles definiu política como sendo a ciência que tem por objetivo a felicidade humana, classificando-a como ética, aquela que se preocupa com a felicidade individual; e em política propriamente dita, aquela que se preocupa com a felicidade coletiva. Definiu, também, que o Estado é superior ao indivíduo, logo, o bem comum deve ser superior ao bem particular.

Na democracia, é o desejo da maioria que conta, mesmo quando esse desejo se mostra equivocado para a minoria. Na tirania, o desejo do tirano deve ser obedecido, mesmo não agradando a maioria, nem a minoria. É muito fácil separar o joio do trigo. O político que respeita e trabalha para a felicidade da maioria não se furta em conversar, nem mesmo com os que pensam de forma diferente. O tirano ou aspirante de tirano é aquele escolhe com quem quer conversar, sem se importar com os reflexos negativos para o povo, com os prejuízos presentes e futuros, advindos da sua falta de maleabilidade. Quem seleciona com quem quer falar, não consegue ouvir o que o povo tem a dizer.

Para ser político, governo ou legislador, o diálogo é fundamental. Dialogar não significa concordar, significa aprimorar as ideias, buscar as melhores soluções.

Imagem: site do CDLs

 

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