Saúde de Itapira? Cala-te boca!
Para saber como os itapirenses que precisam de atendimento hospitalar estão sendo atendidos nem precisa de verificação in loco no Hospital Municipal, as redes sociais estão mostrando uma realidade cruel, declarada por pessoas em momentos de extrema fragilidade. É gente reclamando da longa espera, do atendimento mal-educado, da assistência médica despreparada, da falta de aparelhos ou de medicamentos, enfim, a insatisfação dos usuários é generalizada e crescente, quando não raivosa.
Entre os servidores, o clima não é diferente. Há reclamações de falta de comando, de excesso de trabalho, de falta de insumos, de equipamentos quebrados. Os mais velhos de casa, em confidência, dizem que estão exaustos de trabalhar e de prevenir sobre os erros que estavam sendo cometidos. Dizem, também, que diante das chefias deficientes, assumiram funções que não eram deles para manter o funcionamento mínimo do hospital, em respeito à população, e falam por uma boca só: o HM está à deriva.
Na “live” exibida nesta terça-feira, 11, que contou com a presença do Secretário Municipal, do Coordenador do Comitê Covid e do presidente do Conselho Municipal de Saúde, chamou atenção a proibição de perguntas vindas da população e o afastamento da imprensa para os devidos questionamentos. Proibição que mostra revelar o temor para as perguntas que poderiam ser apresentadas. Assim, a “live” se resumiu em atribuir responsabilidades ao usuário que tem a “mania” de buscar ajuda médica no pronto-socorro (e não nas UBS’s); no momento Covid/Influenza e na falta de pessoal.
Diante da situação caótica, a “live” deveria contar com a presença do Prefeito para um “mea culpa”, reconhecendo que desarticulou o PS e UTI COVID sem planejamento; que desativou o Hospital Solidariedade apressadamente; que errou ao transferir o pronto-socorro para outro local misturando, num só lugar, os casos suspeitos de Covid/Influenza, os casos de urgência e demais pacientes, incluindo idosos e crianças; que não pensou de forma eficiente nas ambulâncias transportando pacientes nos atendimentos emergenciais e nos dias de chuva.
O mínimo que se espera de um prefeito é que ele tenha consciência plena do voto que lhe foi outorgado, o suficiente para que seus subordinados sigam a mesma linha. Cabe ao governo enfrentar os problemas do município e resolvê-los da melhor maneira possível. É óbvio que nem todos os problemas poderão ser resolvidos, por isso, é preciso estabelecer as prioridades. Dentre todas as responsabilidades de um governante, a saúde das pessoas é prioridade máxima.
Itapira espera que o prefeito Toninho Bellini cumpra com o seu dever, recomponha o Sistema Municipal de Saúde, para que seu povo use as redes sociais só para se divertir.