Gazeta Itapirense

OLHO POLÍTICO: Cadê a água que estava aqui? Quem paga o pato?

O assunto mudanças climáticas passou a ser mais conhecido nos últimos tempos, no entanto o aumento crescente da temperatura global como resultado das emissões de gases de efeito estufa associado ao desmatamento de florestas e as consequências desse aquecimento para o planeta estão nas previsões publicadas desde 1970. Detalhe: todas essas previsões foram confirmadas, conforme relatório do MIT e da Universidade da Califórnia. Para muitos empresários, políticos e boa parte da população, tais projeções não passavam – talvez continuem não passando – de histeria “ecochata”.

O Brasil possui a maior reserva mundial de água potável, 12% do montante total, mas nem toda água está onde o país mais precisa. Nos períodos de seca agressiva várias regiões sofrem, algumas estão caminhando para a desertificação. Os biomas Amazônia, Cerrado, Caatinga e Pantanal sofrem a olhos vistos e influenciam as chuvas no restante do país. No Sudeste, os reservatórios de água se mostram insuficientes e caminham para uma possibilidade frequente de adentrar em seu volume morto. Tem solução? Claro: interromper a degradação provocada por desmatamento, reflorestar, proteger mananciais e áreas de recarga de aquíferos, além de capacitar agricultores para o manejo adequado da água e dos meios agrícolas, evitando a salinização e o esgotamento do solo. Pouca gente acredita na agilidade dessas ações. O que precisará acontecer para que o brasileiro desperte?

Cidades que não acumulam água para consumo doméstico em reservatórios certamente estão sofrendo ou sofrerão nos próximos anos com a falta d’água. A crise hídrica, entretanto, não está afetando as torneiras domésticas, industrias e a agricultura. Ela está castigando o bolso de todo mundo. Nos próximos dias um reajuste no patamar 2 da bandeira vermelha deverá ser anunciado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), 50% ou mais.

É certo que o bolso dói com a crise hídrica, mas não custa lembrar que a água é o mais crítico e importante elemento para a vida humana. Não podemos nos preocupar só quando ela falta, precisamos evitar que ela falte.

 

Foto: Luis Tosta/ unsplash

 

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