Gazeta Itapirense

Número elevado de veículos ajuda explicar trânsito problemático

Itapira atingiu, recentemente, a marca de 60 mil veículos automotores registrados, a maior parte automóveis e motocicletas, seguidas dos caminhões, ônibus e implementos agrícolas. Número expressivo para uma cidade que recentemente teve população estimada pelo IBGE em cerca 76 mil habitantes.

Este número desproporcional ajuda a entender parte dos motivos pelos quais o trânsito da cidade é objeto de crítica para muitas pessoas, algumas delas insuspeitas, como é o caso do empresário Dionísio Coradi Filho, crítico contumaz das medidas que a prefeitura tem adotado para dar mais fluidez ao tráfego de veículos principalmente na região central. “Tem faltado ao longo destes anos todos, na minha opinião, intervenções mais audaciosas, mais arrojadas e mais impactantes”, defendeu.

Quem aceitou o desafio de tentar colocar um pouco de ordem nesse caos foi Luís Gustavo Pereira, atual diretor do departamento de Trânsito da prefeitura. Egresso da Intervias, onde desempenhou atribuições no controle de tráfego da empresa, ele não subestima os problemas do trânsito na cidade. “Temos muito serviço pela frente”, disse em entrevista exclusiva concedida para A GAZETA.

Ele explicou que nestes primeiros 8 meses do ano tem se ocupado em fazer um diagnóstico a respeito dos problemas do trânsito, baseado em sua acuidade profissional, mas também amparado em pesquisas, as quais, garante realizar periodicamente.

Neste período, Luís Gustavo tem realizado intervenções pontuais na região central, predominantemente, exatamente para tentar dar aquela fluidez reclamada por Dioníso Coradi. Mudou de direção algumas artérias secundárias, investiu em sinalização e pretende, ainda que com parcos recursos, apertar a fiscalização contra os abusos. Existe segundo ele a percepção de que uma parcela dos motoristas é muito individualista, “Pensa muito em si e não costuma medir consequências quando se coloca numa posição de causar prejuízos a terceiros. Mudar a mentalidade é o trabalho mais difícil, mas precisamos fazê-lo”, acrescentou.

Luís Gustavo alerta para o número preocupante de acidentes de trânsito na cidade. Com base em estimativa realizada tomando por base pessoas atendidas na rede municipal de saúde que se envolveram em algum acidente, de maior ou menor gravidade, ele aponta uma média de 85 acidentes somente em agosto deste ano.

 

Educação

 

 

Um dos caminhos que aponta para tentar mudar a consciência de motoristas e dos motociclistas, principalmente, é por meio da Educação no Trânsito. Ele revela que mantém tratativas com agentes da Guarda Municipal para que seja retomado um programa de educação nas escolas que era executado nas escolas municipais, mas que acabou sendo relegado a um plano secundário nos últimos anos. “Esse é um trabalho que terá continuidade”, avisou.

 

Tráfego Pesado

 

Outra queixa recorrente que Luís Gustavo recebe em sua sala diz respeito ao tráfego pesado em algumas localidades mais visadas, como é o caso do jardim Santa Marta. Também aí nesse caso, disse que tem requisitado a presença mais ostensiva da equipe de fiscalização e que diversas autuações vem sendo realizadas, como forma de tentar controlar essa situação. Esta presença mais ostensiva compreende também a extensão da avenida David Moro, de onde chegam também muitas queixas de abuso.

 

Radar

 

A GAZETA quis saber dele porque das cidades da região, Itapira é a única que não possui radares fixos para ajudar a fiscalização. Ele expressou sua convicção de que além de ser uma medida que acarreta grande despesa para a cidade, o uso de radar acaba sendo, segundo sua opinião, pouco eficiente com o passar do tempo. “Se você tomou uma multa por excesso de velocidade (ao passar pelo radar), na próxima vez vai estar muito mais atento e com certeza vai compartilhar com muitas pessoas a informação de que você foi multado. A eficácia de seu uso acaba sendo prejudicada. Melhor usar esse dinheiro para outras finalidades, como a melhoria da sinalização e a questão da educação no trânsito”, completou.

Trânsito da cidade tem ficado cada vez mais carregado em trechos e horários mais específicos

 

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