Nossa História: Sinfônica em Itapira, um grande espetáculo
Existem fatos que aconteceram tão recentemente e mesmo assim, com muita facilidade, fogem de nossa memória.
Por isso é sempre bom relembrar alguns desses acontecimentos para avivar dentro de nós o espírito festivo, principalmente em ocasiões nobres como a que relatamos a seguir.
O ano 2000 foi, sobretudo, repleto de acontecimentos comemorativos aos cem anos da criação de uma conceituadíssima escola pública de nosso município e justamente um dos mais relevantes certamente foi a apresentação da Orquestra Sinfônica de Campinas, pela segunda vez, em nossa cidade.
Ressaltavam os jornais que era um “…privilégio para Itapira em um espetáculo que sempre vem acompanhado de emoções e de um certo ineditismo,…o grande espetáculo de hoje enquadra-se na diversificada programação que marca o centenário da tradicional Escola Dr. Julio Mesquita…”
Já no início do segundo semestre era anunciado o grande acontecimento, pelo Jornal Cidade de Itapira em sua edição do dia 09 de julho daquele ano, alertando os itapirenses para que não perdessem tão significativa apresentação. A manchete de capa do tri semanário que circulou naquele domingo dizia: “Confirmado: Sinfônica Campineira vem em agosto”.
O maestro Benito Juarez até tentou profetizar algo positivo dizendo a reportagem daquele jornal em 06 de agosto de 2000, dia da apresentação, um domingo à tarde: “Agora não vai haver chuva”, em referência a sua apresentação anterior em Itapira quando ela veio sem piedade. Porém, os mandatários deste fenômeno não respeitaram o profeta e novamente mandaram água. Mas nada iria quebrar aquele clima festivo.
O mesmo jornal em sua edição da quarta-feira seguinte, dia 09 de agosto, trazia uma matéria que suplantava qualquer rusga que por ventura teria ficado entre a população e a meteorologia. A manchete dizia: “Chuvas não tiram o brilho da Sinfônica da Campinas no Chico Vieira”, e prosseguia a reportagem dizendo: “O tempo conspirou fazendo desabar uma chuva tímida durante todo o espetáculo. Mas o fenômeno da natureza não afastou o grande público que não queria perder a oportunidade de assistir a apresentação”.
Regente do famoso conjunto, que na época era composto por oitenta e sete integrantes, o maestro Benito Juarez encantou-se diante da presença maciça de itapirenses e de muita gente que se deslocou de outras regiões especialmente para assistir o espetáculo daquela tarde.
O mesmo maestro não se cansava de retribuir aos itapirenses o carinho recebido, destacando que um dos princípios do conjunto, ditado por ele, era a popularização da orquestra através de apresentações em praça pública, campo de futebol e outros locais populares que democratizam o espetáculo e atraem o público de todas as classes.
Oxalá atrações como esta possam ser constantes em nosso meio. Não se faz um povo e muito menos uma nação sem que nela haja um elevado suporte cultural. Portanto, é de se acreditar que ocasiões deste tipo sejam mesmo muito prestigiadas pela população.
Coluna publicada originalmente em 05 de novembro de 2011 na versão impressa de A Gazeta Itapirense