Na fila da vacina, reencontros são motivo de comemoração

Na medida em que avança a campanha de imunização contra a covid-19, aparecem relatos que misturam esperança e não raramente, uma dose muito grande de nostalgia dado o perfil das pessoas mais idosas, cujas faixas etárias vem sendo privilegiadas neste momento.

Foi o que aconteceu na tarde da última quarta-feira, 17, quando a professora aposentada Ana Maria Sartori, de 86 anos de idade, foi conduzida pela filha Ana Claudia e pelo genro Ari Amaral ao posto de vacinação montado no Parque Juca Mulato.

Ao fazer as averiguações necessárias, a enfermeira Vanessa de Souza imediatamente reconheceu sua professora de história, que lhe deu aula quando tinha entre 13 e 14 anos de idade, na hoje Escola Estadual Elvira Santos de Oliveira (ESO). Ana Maria em princípio não havia reconhecido a ex-aluna, mas exibiu um sorriso de orelha a orelha quando Vanessa contou que tinha sido sua aluna. “Foi muito emocionante. Dona Ana Maria era uma professora carismática, todo mundo gostava dela”, elogiou a ex-aluna.

A filha contou que dona Ana Maria estava muito ansiosa pela vacina. A própria aposentada disse para a reportagem da GAZETA que não via a hora de se vacinar. “Tenho cumprido o isolamento direitinho. Sou uma pessoa ativa, não gosto de ficar confinada. Espero voltar muito em breve a ter uma rotina o mais próxima possível da normalidade”, afirmou.

Nostalgia

Segundo a enfermeira Vanessa, esse clima de nostalgia tem sido comum não somente a ela, mas também às diversas colegas que foram escaladas para a tão aguardada vacinação. “Eu integrei a equipe que inicialmente visitou as casas de repouso (asilos) onde foram aplicadas as primeiras doses para pessoas que não pertenciam aos profissionais da área de saúde que atuam na linha de frente. Eu, assim como as colegas, reconhecemos diversas pessoas que conhecemos em nossa infância e juventude. Foi muito emocionante”, testemunhou.