Munhoz falou da falta que dona Carmen fará para os itapirenses

O deputado Totonho Munhoz falou na manhã desta sexta-feira (30) a respeito do falecimento da empresária e benemérita Carmen Ruete de Oliveira, aos 93 anos de idade.  Sem esconder uma ponta de tristeza, o parlamentar falou da importância que a empresária teve para a cidade que adotou havia mais de 70 anos (ela é natural de Jaboticabal) quando veio lecionar Espanhol aqui em Itapira no então recém constituído colégio estadual (a atual Escola Estadual Elvira Santos de Oliveira), sendo, inclusive, contemporânea da mãe de Munhoz, a inesquecível professora Wilma Toledo Barros Munhoz, que era titular da cadeira de Ciências e Psicologia. “Tive a felicidade de conhecê-la quando ainda era criança”, mencionou.

Ao longo da conversa, Munhoz deu destaque ao fato de dona Carmen ter ficado viúva em 1963 e ter enfrentado o desafio de cuidar dos filhos e ao mesmo tempo, gerir os negócios do marido. “Nunca é demais lembrar que foi sob o comando de dona Carmen que a Usina Nossa Senhora Aparecida viveu um período muito próspero, quando incorporou ao seu portfólio outros empreendimentos como as Usinas Catanduva, Monções e José Bonifácio”.

Comentou também que a despeito de um curto período onde se posicionaram em frentes opostas na política local, sempre recebeu de dona Carmen todo incentivo em mais de 30 anos de vida pública. “Éramos confidentes. Ela me aconselhava muito”, mencionou. O parlamentar assegurou ainda que a figura de dona Carmen extrapolava em muito o ambiente político paroquial. “Em conversas que tive com três presidentes, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso e Lula, todos fizeram menção à carismática figura da empresária” descreveu.

O atual deputado listou também a influência de dona Carmen no universo suco energético, mencionando suas incursões corporativas junto à Coopersucar (presidida com brilhantismo por seu filho Hermelindo Ruete de Oliveira) e da poderosa Unica (União da Indústria da Cana de Açúcar) da qual foi uma das fundadoras e tinha assento vitalício.

Itapira

Quando Munhoz começou a listar as formas com as quais dona Carmen sempre colaborou com Itapira e os itapirenses, destacou em primeiro lugar o fato dela sempre colaborar com as instituições de caridade do município, ter ajudado muitas pessoas a se “estudar e se projetar na vida”, sempre fiel à máxima bíblica de que “a mão direita não saiba o que faz a mão direita”, “uma pessoa “discretíssima” em sua personalidade”.

Totonho Munhoz e dona Carmen trabalharam juntos pelos interesses da cidade

Munhoz não se esqueceu de mencionar as muitas vezes que dona Carmen foi generosa com o município, o qual, abraçou para viver. “Viveu aqui mais tempo do que o próprio Virgolino”, lembrou o deputado. Ela doou muitas áreas que hoje estão incorporadas ao patrimônio de Itapira, como por exemplo, o Centro Agropecuário que leva o seu nome (homenagem que Munhoz prestou à grande amiga em 1982, último ano de seu primeiro de três mandatos de prefeito) e a atual estação de tratamento de esgotos.

Falou também das tratativas feitas junto à empresária envolvendo terrenos de sua propriedade, que se tornaram de interesse público, concessões as quais, segundo Munhoz conduzidas “De mãe para filha (Itapira)”, e de cujas negociações participou pessoalmente em todas oportunidades. Ele citou como exemplo do resultado prático deste tipo de intermediação, os 15 alqueires destinados para a construção de uma barragem de represamento do Ribeirão da Penha (obra até hoje ignorada pelo governo do prefeito Toninho Bellini), o Distrito Industrial de Barão Ataliba Nogueira (onde Estrela, Cargil e diversas outras empresas se estabeleceram), o Aterro Sanitário, e  mais recentemente, toda área – também em Barão Ataliba Nogueira – onde ele Munhoz e o ex-prefeito José Natalino Paganini – deixaram concluído um novo loteamento popular, o Rineu Martins, com 103 lotes já providos de toda infraestrutura.