Gazeta Itapirense

Jacutinga segue determinação do governo e também fecha

Exemplo mais citado por negacionistas aqui de Itapira e até de cidades da região como evidência de que não adiantam as medidas para contenção de circulação de pessoas, a vizinha Jacutinga (MG), cidade separada de Itapira por 18 km, ficará – a exemplo dos demais 853 municípios mineiros – 15 dias na Fase Roxa, a mais restritiva.

A medida já vinha sendo anunciada desde o final da semana passada quando a exemplo do que vem ocorrendo na maior parte dos estados, o aumento substancial do total de casos da covid-19, com consequente risco de colapsamento do sistema de saúde do estado, obrigaram ao governador Romeu Zema (Novo) a propor o fechamento total, que já vinha sendo imposto em algumas regiões específicas, como o Triângulo Mineiro e na grande Belo Horizonte.

As medidas anunciadas em Minas são muito parecidas com as que estão em vigor em São Paulo. O prefeito de Jacutinga Melchíades de Araújo (Solidariedade) divulgou que elas vão valer pelos próximos 15 dias no final da tarde da última terça-feira, dia 16. Ele anunciou que Jacutinga terá toque de recolher a partir das 20h00 e lamentou que a situação ocorra no exato momento em que o setor de malhas da cidade (Jacutinga é um dos maiores produtores de todo o Brasil deste tipo de confecção) trabalha para entregar a coleção outono/inverno deste ano.

 

Casos

Até terça-feira Jacutinga, cidade com cerca de 25 mil habitantes, tinha registrado 1.017 casos da covid, com 27 óbitos. A cidade não possui leitos de UTI. Os casos mais graves são encaminhados para Ouro Fino e Pouso Alegre.Na tarde de terça-feira a população já aguardava pelo anúncio das medidas. “Infelizmente a maioria paga pela irresponsabilidade de alguns poucos”, argumentou a aposentada Maria Lúcia Albano, enquanto esperava para ser atendida em uma fila que se formava na porta da revendedora Vivo da cidade.

Sidney (esquerda) e Guilherme lamentam a situação

Em uma filial de uma rede de lojas que leva o sobrenome do governador de Minas, a atendente Maria de Lourdes disse que estava apreensiva. “O fechamento neste momento será muito ruim, porque as vendas neste começo de ano tem se mostrado retraídas”, comentou. Em uma loja de calçados, Guilherme Custódio e Sidnei dos Anjos também lamentavam a iminência do fechamento. “Trata-se de algo (o fechamento) para o qual a gente nunca está preparado. Sem faturamento, a primeira coisa que vem à cabeça são os boletos que chegam normalmente para pagar”, observou Guilherme.

Já o colega preferiu analisar a situação pelo lado da importância das medidas darem certo, reduzindo o contágio. “É preciso termos também um pouco de empatia com os profissionais da área da saúde e com as pessoas que tiveram parentes que morreram por causa da doença”, registrou.

A partir desta quarta, maior parte das lojas fecha suas portas
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