Gazeta Itapirense

Itapira ficou na iminência do desabastecimento de combustível

 

 

Os postos de gasolina da cidade tiveram um dia de inesperado movimento para a maioria deles desde as primeiras horas da manhã, resultado daquilo que sociólogos de plantão costumam chamar de “efeito manada”. O movimento, intenso na maior parte do dia, só foi dar uma trégua em alguns dos postos neste final de tarde.

“Foi assim desde o começo da manhã, um carro atrás do outro, disse a empresária Marli Coloço, do Posto Coloço, enquanto se virava para abastecer um veículo e dar atenção para a reportagem da GAZETA. Ela mencionou que o risco de que algum dos tanques secasse ainda hoje era real. Mas, para sua maior tranquilidade, havia recebido a informação de que o caminhão que busca combustível para ela já tinha conseguido carregar na Replan, em Paulínia, a maior refinaria do país.

Desde a noite de quarta, dia 08, já circulavam notícias a respeito de diversos bloqueios que caminhoneiros leais ao presidente Jair Bolsonaro realizavam em diversas rodovias federais pelo Brasil afora. A entrada da Replan chegou a ter alvo de um piquete na madrugada de hoje, fato que acabou despertando a correria nos postos de cidades de toda a região. No final da manhã, os manifestantes tinham acatado apelo do próprio presidente, que nas redes de Whats App disse que aquela movimentação era desnecessária e que só prejudicaria a população.

Mesmo assim a coisa desandou. No Auto Posto NR, na rodovia Itapira-Jacutinga, uma moça que se identificou como Milena, disse que tinha ficado presa por duas horas em um piquete no principal entroncamento de Campinas e ao chegar em Itapira foi procurar posto para abastecer. “No trajeto de Campinas para cá estava complicado abastecer. Aqui foi o local que encontrei a menor fila”, justificou.

Luiz Junior, gerente do Posto Itapirense, disse que a direção do estabelecimento vislumbrava que algo assim pudesse ocorrer e deixou todos os tanques cheios. O movimento, segundo ele, foi intenso o dia todo, mas estava feliz porque ninguém ficou sem abastecer. Também ele mencionou que o caminhão da empresa já estava a caminho com mais um estoque.

 

 

Bola Cantada

 

A gerente de crédito Camila Silvestre esperava sua vez de abastecer no Posto Coloço e afirmou que era um abastecimento “de rotina”. Comentou que o marido que é caminhoneiro, tinha avisado a ela de que essa movimentação poderia ocorrer hoje. “Eu já estava esperando”, comentou.

No Auto Posto Jaguar o movimento só foi dar uma baixada no começo da tarde de hoje. “Não foi fácil. Não fui nem almoçar ainda. Foi um carro atrás do outro desde cedo”, disse o frentista Kleberson Fernando Pizzi, de 44 anos. Indagado a respeito do motivo pelo qual outros postos ainda enfrentavam problemas, ele foi rápido na resposta: “Aqui o trabalho em equipe faz toda a diferença”.

 

 

Perplexidade

 

Muitos motoristas demonstravam perplexidade e ceticismo diante do cenário que remetia às cenas registradas em maio de 2028 durante a greve dos caminhoneiros. “Vim abastecer porque estou com pouco combustível”, mencionou a Técnica em Segurança do Trabalho Daniele Cristina Godoy, que mora em Lindoia e trabalha na empresa Nucci Consultoria. “Pior do que toda essa situação é saber que na hora de abastecer vai estar pagando quase R$ 6,00 pela gasolina”, emendou.

Foi a queixa também o pintor de paredes Hélio Nascimento, 34 anos. “Eu já tinha abastecido no dia do feriado (7 de setembro), mas quando vi essa correria toda imaginei se não seria melhor não arriscar e colocar mais uns 30 reais, mesmo sabendo que não vai fazer muita diferença por causa do preço da gasolina. É que eu preciso do carro para trabalhar”, explicou.

 

 

 

Kleberson, do Posto Jaguar elogiou os colegas que segundo ele fizeram ótimo trabalho em equipe

 

Marli do Posto Coloço: “um carro atrás do outro desde cedo”     

     

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