Gazeta Itapirense

Editorial: O Facebook colocou meio mundo de joelhos

 

Que somos dependentes de internet e das redes corporativas de computadores ninguém contesta e quando nos deparamos com “o sistema caiu, volte amanhã” ou “sem conexão, tente mais tarde” aceitamos passivamente. Sabemos que não adianta chorar, por mais que nos incomode naquele momento.

Na última segunda-feira, por volta do meio-dia, o Facebook, o Instagram e o WhatsApp ficaram inativos. Ninguém postava, ninguém recebia. Nessa hora, o usuário confiante nos grandes sistemas tende a imaginar que a culpa é sua ou do aparelho que está usando ou da internet que lhe serve. Faz tentativas seguidas para colocar os aplicativos em atividade até ser informado de que a queda é geral. O Facebook postou uma nota oficial reconhecendo a situação.

O problema relatado pelo senhor Mark Zucherberg afetou a vida de 2,8 bilhões de usuários do Facebook (130 milhões no Brasil), 2 bilhões de contas do WhatsApp (120 milhões de brasileiros) e 1,4 bilhão de pessoas no Instagram (só no Brasil, 110 milhões).

Foram mais de sete horas até que as redes sociais mais usadas no mundo e no Brasil dessem os primeiros sinais de vida. Nesse meio tempo, muitos buscaram outros aplicativos para restabelecer contatos, divulgar seus produtos, receber encomendas, reduzir eventuais prejuízos.

Tecnicamente, é compreensível que aplicativos que utilizam milhares de servidores distribuídos e interligados pelo mundo inteiro, com tamanha magnitude no número de usuários contínuos, mais dia, menos dia enfrentem problemas graves, saiam do ar e demorem para restabelecer a normalidade. Logo, não foi e nem será a primeira vez.

Para quem não quer ser surpreendido novamente, é preciso pensar no plano B. Buscar outros aplicativos que possam ser usados nessas emergências. Lembrando que nenhum outro poderá garantir 100% de efetividade. Além disso, é preciso levar todos os contatos para o plano B, também, processo que depende da concordância do outro, nem sempre aceito.

Houve um tempo em que os investimentos em melhorias nos aplicativos eram baixos, quando aparecia outro melhor, o antigo era rapidamente substituído. Hoje, as grandes corporações, como Google, Apple, Facebook, Amazon e Microsoft, cada uma na sua área, investem pesado para não serem suplantadas, dificultando o lançamento ou o fortalecimento de plataformas concorrentes e quando alguma se sobressai, imediatamente, é absorvida.

Talvez tenhamos que nos acostumar, assim como nos acostumamos com “o sistema caiu, volte amanhã” ou “sem conexão, tente mais tarde”.

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