Desabastecimento de imunizantes adia vacinação da aftosa e brucelose
Não está fácil para ninguém nestes tempos atuais. Além do setor produtivo que se vê encalacrado com a falta de componentes, do setor público clamando por mais doses de vacina contra a covid, agora a crise de desabastecimento atinge a mais antiga campanha de vacinação do agronegócio de São Paulo.
A campanha de vacinação contra a aftosa que neste meio de ano abrange também a aplicação do imunizante que previne a brucelose, foi prorrogada até o dia 30 de junho. Normalmente ela se encerra em 31 de maio. A data limite para comunicar a vacinação, também foi mudada para 07 de julho.
O motivo da decisão da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo ter prorrogado a vacinação tem a ver com a falta de imunizantes no mercado. Toda a cadeia produtiva dos laboratórios lida com a falta de insumos – a maior parte deles importados – e não tem conseguido fazer as entregas de acordo com as necessidades dos pecuaristas.
O problema foi parar no balcão das lojas de Agropet. “De fato temos encontrado muitas dificuldades para adquirir tanto uma, quanto a outra vacina”, informou o comerciante Willian Cardoso, da tradicional loja Agrocentro. Willian revela que percebeu que a situação estava anormal quando foi comunicado por clientes tradicionais que eles estavam indo a outras cidades atrás das vacinas. Nesta sexta-feira, quando a reportagem conversou com ele, as doses ainda estavam em falta e argumentou que estava em cima dos fornecedores para conseguir novos lotes. “Tá realmente complicado”, afirmou.
A vacina contra a brucelose custa em média R$ 2,60 e devem ser aplicadas em fêmeas bovinas e bubalinas com idade entre 03 e 08 meses. A vacinação deve ser feita necessariamente por um profissional médico-veterinário. Já a dose da vacina contra a aftosa custa em torno de R$ 1,60 a dose e pode ser aplicada pelo próprio proprietários, desde que obedecidos os cuidados necessários. Em Itapira, estima-se que o rebanho de bovinos atinja mais de 30 mil cabeças de gado.