Gazeta Itapirense

Criação de abelhas nativas não tem tradição na cidade

O governo paulista, através da Secretaria de Estado da Agricultura, regulamentou neste início de mês com a publicação da Resolução 11/2021 a criação de abelhas nativas sem ferrão no estado de São Paulo, criando a categoria de fauna silvestre denominada de “meliponário’.

De acordo com o novo regramento, os criadores poderão fazer o manejo reprodutivo dos insetos para formação de novas matrizes, além da comercialização de produtos, como mel, ou subprodutos, como o própolis. Também serão permitidas atividades de educação ambiental ou ensino (visitas de estudantes, por exemplo), serviços de polinização, pesquisa científica e conservação da espécie.

As abelhas nativas vivem em grandes comunidades. São responsáveis pela polinização de frutas, vegetais e da flora. Dessa forma, têm participação importante na manutenção das florestas. Entre as determinações da nova resolução está a proibição de criação, troca, permuta, comercialização, soltura, prestação de serviços ou transferência de colônias de espécies fora do estado de São Paulo. O objetivo é proteger as espécies nativas.

No Estado de São Paulo existem diversas espécies deste tipo de abelha: Manduri, Mandaçaia, Melipona, Uruçu-amarela, Guaraipo/Pé de Pau, Urucu do chão, Mirins plebeias; Plebéia droriana, Tubuna, Mandaguari, Tujumirim, Borá, Marmelada e a Jataí, a mais comum delas.

Itapira

Aqui em Itapira a criação de abelha se restringe a espécies “importadas”, africanas e europeias, aquelas que permitem a cultura do mel tradicional. Pelo menos foi o que disseram dois produtores consultados pela GAZETA, André Mochizuki e Garfieldes Breda Júnior.

Ambos são representantes de duas dinastias de apicultores que se estabeleceram na cidade há mais de 50 anos. “Eu desconheço qualquer iniciativa de criação de abelhas sem ferrão aqui em Itapira. Trata-se de um tipo de atividade mais popularizado nas regiões norte, centro-oeste e principalmente no nordeste do país”, avaliou Mochizuki.

Garfieldes, do apiário Breda, um dos mais tradicionais da região, disse que provavelmente nas cidades vizinhas do circuito das águas, existe a probabilidade de se encontrar criadores destas espécies nativas. “Eu conheci um colega de Socorro, do qual perdi contato, que criava abelha nativa”, mencionou.

Garfieldes se recorda que o saudoso pai criava estas abelhas como hobby

Apesar disso, Garfieldes se recorda que o saudoso pai, tinha na criação das abelhas sem ferrão uma espécie de hobby e algumas destas colônias estão mantidas até hoje na propriedade da família. “Eu particularmente acho um trabalho muito bonito. Acho importante esta iniciativa das autoridades estaduais em resgatar e regulamentar a criação destas abelhas. Elas não trazem perigo nenhum e se tornam um companheira dentro de casa. Você pode instalá-la em uma varanda, em uma janela, e observa o comportamento. A Jataí, por exemplo, constrói a entrada da colmeia com um canudo de cera, o qual elas fecham à noite para impedir a entrada de predadores e abrem novamente de manhã. Um trabalho bem bacana”, recomendou.

 

 

Compartilhe
error: