Gazeta Itapirense

Com poucos moradores, av. Rio Branco tá quase 100% comercial

Com um número cada vez menor de moradores, aos poucos, a avenida Rio Branco vai se consolidando sua vocação para corredor comercial. A GAZETA apurou que quase 70% dos imóveis hoje em dia atendem necessidades comerciais e de prestadores de serviços.

“A exemplo de outras ruas e avenidas da cidade, como avenida Brasília, Paoletti e a rua da Penha, a Rio Branco vem se tornando ao longo dos anos atraente à abertura de pontos comerciais. Isso é inevitável”, analisou o empresário Dionísio Coradi Filho”, decano dos agentes imobiliários aqui da cidade.

Flávio Ferian, o Branco, do Restaurante Ferian, com mais de 7 décadas de funcionamento na Rio Branco, disse que se lembra quando a rua era passagem obrigatória de caminhões que transportavam cana e gado. “Eu vi de perto toda esta transformação. Era algo inevitável”, comentou.

Branco Ferian guarda lembranças bucólicas de um tempo que não volta mais

Mesma impressão transmitida por Tiago Fontolan, da Selaria São Domingos, com certeza o ponto comercial mais antigo do pedaço, com 105 anos de funcionamento. “Eu brincava quando criança na avenida e em seus arredores. Ela me traz lembranças muito agradáveis. De fato tenho notado que ela abriga um número cada vez menor de residências. É o preço do progresso”, colocou.

A selaria São Domingos, 105 anos no local, símbolo da vocação comercial que a avenida consolidou

Dionísio Coradi lembra ainda que essa vocação comercial tem como consequência o encarecimento do valor do aluguel. “Os donos dos imóveis preferem alugar para um empreendimento comercial porque terá um valor mais elevado para receber. Isso de certa forma, acaba desestimulando eventuais interessados em morar no local”, deduz.

A dona de casa Silvia Andreia Corsetti Lobo é uma das “resistentes”. Ela informou que tem um contato próximo com a rua há mais de 30 anos. Atualmente ela mora na parte inicial, perto do UNIESI, mas já residiu em outros trechos.

Avenida se tornou uma das mais movimentadas da cidade

Silvia disse que é apaixonada pela Rio Branco e vê com tristeza sua transformação em corredor comercial. “Sinto saudades de quando era uma rua tranquila, sem esse movimento todo, sem esse barulho e quando era muito mais segura”, registrou. Ela conta ainda que já perdeu as contas das pessoas com as quais conviveu na avenida e que entregaram os pontos. “Enquanto puder, continuarei por aqui”, finalizou.

 

 

 

 

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