Gazeta Itapirense

Centro Pop põe Itapira na vanguarda do acolhimento a moradores de rua

O dia 30 de março assinalou o primeiro aniversário de funcionamento do Centro de Referência Especializado Para Pessoas em Situação de Rua, o Centro Pop, equipamento criado pelo então prefeito José Natalino Paganini como solução para a ausência de uma política específica voltada para os moradores de rua, assunto sempre muito delicado e que costuma ser jogado “para debaixo do tapete” pela maioria das prefeituras.

A atual secretária de Promoção Social, Regina Ramil Marella, destacou a importância do Centro Pop, argumentando que as mesmas diretrizes fixadas durante sua concepção continuam sendo observadas pela atual administração. “O atendimento aos moradores de rua continua sendo uma das prioridades dentro das políticas públicas executadas pela Secretaria”, garantiu.

A GAZETA visitou na manhã desta sexta-feira, 16, as instalações do Centro Pop, localizadas na rua Dorothea de Freitas, no Nosso Teto. No local atua uma equipe composta por 12 servidores, cada qual com uma função específica dentro da engrenagem que criada para assistir aos moradores de rua em suas várias necessidades.

Quem coordena os trabalhos é a psicóloga Luciana Altafini Batista. A equipe multidisciplinar possui ainda um outro psicólogo, um educador social, assistentes sociais, recepcionista, motorista, pessoas responsáveis pela cozinha e os responsáveis pelo banho dos frequentadores e pela zeladoria das instalações.

O atendimento começa sempre bem cedo, com oferecimento de café da manhã para as pessoas que procuram o local. Mais tarde é servido almoço (entrega de marmitex). Para frequentar o Centro Pop, as pessoas que recebem assistência necessariamente têm que cumprir uma série de regras. Tomar banho antes das refeições é uma das normas.  O expediente começa às 7h00 e se se estende até às 17h00.

A equipe multidisciplinar do Centro Pop, que vem realizando um grande trabalho em uma área sempre muito sensível

A coordenação possui um cadastro com cerca de 60 moradores de rua, todos de Itapira. Aqueles que perderam vínculos familiares são conduzidos para pernoitar no imóvel localizado no Della Rocha III e transformado em uma espécie de “Albergue Noturno”, ainda na gestão anterior. Luciana diz que todas as pessoas que procuram acolhimento recebem assistência alimentar, psicológica e de saúde, quando necessário. Ela revela que a dependência de álcool e drogas ilícitas ainda é problema recorrente e que pelo menos três destas pessoas que recebem atendimento foram encaminhados para clínicas onde recebem tratamento especializado.

 De fora

O maior problema neste momento, segundo a coordenadora, diz respeito ao aumento de moradores de rua que vêm de outras cidades. A fama que o projeto ganhou tem seu lado inconveniente, segundo Luciana. “Temos observado um fluxo maior de moradores de outras cidades chegando a Itapira”, observou Luciana. Segundo ela, eles acabam sendo abordados pela equipe, são identificados, recebem atendimento humanitário e são encaminhados para suas cidades de origem. “Não se trata simplesmente de despachar estas pessoas de volta. Senão fica um vai e vem. Oferecemos um atendimento humanizado e procuramos nos assegurar que elas terão algum tipo de assistência”, reforça a coordenadora.

Aliada

Segundo Luciana, o trabalho de abordagem tem a ajuda do efetivo da Guarda Municipal, que se tornou “uma grande aliada” na primeira abordagem feita a estes moradores que chegam pela primeira vez na cidade.

Luciana calcula que em Itapira existam cerca de 60 moradores de ruas cadastrados. Ela admite que o número pode ser maior, com a existência de alguns “desgarrados”, que preferem levar a vida a que estão acostumados para não ter que seguir regras. A maioria destas pessoas rompeu os vínculos familiares, o que dificulta o processo de ressocialização.

Processo este que é segundo Luciana, o coroamento de todo esforço. Ela se alegra ao informar que pelo menos cinco pessoas que moravam nas ruas hoje já tem até emprego. “Chegar a um estágio destes representa a maior vitória que podemos saborear”, comemorou. Ela também fica feliz em externar sua opinião de que o trabalho bem realizado ganhou reconhecimento fora de Itapira. “Recebemos a visita de várias colegas de outras prefeituras que vem a Itapira conhecer nosso trabalho”.

Finalizando, ela recomenda às pessoas que se condoem com a situação dos moradores de rua, que informem a eles onde ser atendidos. “Melhor do que dar esmola, é dar informação correta”, reforçou. O telefone do Centro Pop é o 3863 8111 e o atendimento ocorre de segunda a sexta das 7h00 às 17h00. Nos finais de semana e feriados, este tipo de orientação pode ser obtido no abrigo do Della Rocha, pelo telefone 3843 2250. O atendimento é feito das 18h00 às 7h00.

 

 

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