Gazeta Itapirense

Editorial: Semana agitada dos presidenciáveis

 

Sergio Moro, depois de uma longa espera, desencantou. Assinou, nesta semana, a ficha de filiação ao Podemos. A fala é de candidato a presidente em chapa pura, mas pode ser combinada com Eduardo Leite do PSDB, caso este vença as prévias do partido. Há quem aposte que Moro poderá virar candidato ao Senado.

João Dória e Eduardo Leite, com as prévias marcadas para o próximo domingo, 21, estão conseguindo dividir ainda mais o PSDB. Partido que tem hoje adeptos que vão de Bolsonaro a Lula. Não dá para cravar quem será o vencedor. O perdedor já está definido: o próprio PSDB.

Bolsonaro que anunciou nesta semana que ingressaria no PL no próximo dia 22, depois da reação dos bolsonaristas mais ferrenhos, pelos inúmeros envolvimentos, condenação e prisão por corrupção do presidente do partido, o presidente anunciou que ainda tem muita coisa a conversar com Valdemar Costa Neto que é um dos políticos mais influentes do Centrão. Mas o ponto mais complicado é que o PL, assim como o PP, outro partido forte do Centrão, tem políticos que arrastam as asas para candidaturas distantes de Bolsonaro nos estados e até para o Lula.

Enquanto isso, a chamada terceira via já reúne onze nomes -uns já declarados, outros ainda na surdina- que buscam um lugar ao Sol entre aqueles que não votam de jeito nenhum em Lula ou Bolsonaro: Ciro Gomes (PDT); João Doria (PSDB); Eduardo Leite (PSDB); Arthur Virgilio (PSDB); Sergio Moro (Podemos); Rodrigo Pacheco (PSD); Luiz Henrique Mandetta (DEM); Simone Tebet (MDB); José Luiz Datena (PSL); Luiz Felipe D’Avila (Novo); Alessandro Vieira (Cidadania). Dessa lista, apenas Ciro Gomes e Sergio Moro estão na faixa dos 10% nas intenções de voto nas pesquisas, os demais não chegam nos 3%.

A grande novidade pelos lados do ex-presidente Lula, que figura como favorito em todas as pesquisas, é a articulação para que o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, esteja ao lado dele na disputa presidencial de 2022. Alkmin foi candidato à presidente duas vezes: em 2006 foi para o segundo turno e perdeu para o Lula; em 2018 ficou em quarto lugar.

O Brasil vem registrando queda gradual de eleitores das urnas desde 2006. O acirramento do cenário político e a importância de problemas econômicos poderão reverter essa queda em 2022. Confirmados os nomes de Bolsonaro e Lula nas urnas, a polarização tende a aumentar o número de eleitores que comparecerão às sessões eleitorais. É mais ou menos como um jogo de futebol, quanto mais acirrado, maior é o número de torcedores no estádio e na audiência do rádio e da televisão.

Aguardemos, a festa promete. Ainda tem muita água para rolar debaixo dessa ponte.

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