Gazeta Itapirense

Um ano depois, vacina livra cidade da rotina de mortes e internações

Esta quinta-feira, 20 de janeiro, assinala um ano da chegada do primeiro lote de vacinas contra a covid-19 na cidade, fato que à época, foi motivo de muita comemoração por parte das autoridades da área de Saúde. Naquela oportunidade, a cidade havia recebido um lote com 1.600 doses da CoronaVac, fabricada no Brasil pelo Instituto Butantã sob licença da empresa chinesa Sinovac.

No dia seguinte, foi organizada uma vacinação simbólica na sala de reuniões do Hospital Municipal, com quatro profissionais da própria equipe de trabalho da Secretaria Municipal de Saúde, escolhidos a dedo, para simbolizar o início da imunização na cidade: o médico infectologista Carlos Humberto Póvoa, o médico ginecologista Francisco Trotta, a técnica em enfermagem Selma Helena Teodoro Fachione e o operador de Raio X, Benedito Aparecido Ferreira de Mello.

A GAZETA conseguiu conversar com a maior parte deles e, um ano depois, os depoimentos convergem para a constatação de que a vacinação – que atingiu no começo desta semana 150.200 doses aplicadas e mais de 70% da população imunizada com pelo menos duas doses – livrou a cidade de um pesadelo, referência à explosão de contágios neste início de ano causado pela disseminação de uma nova variante.

“Foi um ano de muitas perdas. A vacina veio para salvar vidas. Isso ficou claro na forma com que caíram o número de internações, de internação em ambientes de UTI e da queda no registro de casos graves”, comentou Selma Helena, com 16 anos de serviços prestados na área da saúde e que desde o início esteve na linha de frente no combate à doença.

Seu colega Benedito Mello, o Benê, analisa a situação sob o mesmo ponto de vista, acrescentando sua contrariedade pela forma com que as pessoas negligenciaram mais uma vez procedimentos necessários para evitar novo contágio da doença. “Não tivesse vacina, como estaria a situação hoje? Certamente caótica”, enxerga.

 

Coincidência

 

O infectologista Dr. Póvoa fez um “link” da chegada da vacina um ano atrás com o início, nesta quinta-feira, 20 da etapa de vacinação de crianças com idade entre 05 e 11 anos. “Uma feliz coincidência. Estaremos protegendo as crianças e a sociedade de uma forma geral”, apontou.

Póvoa destaca ainda que apesar de toda campanha contrária dos negacionistas – inspirados pelo comportamento errático do presidente Jair Bolsonaro desde o começo da pandemia – a vacinação trouxe resultados fantásticos. Lembrou que ainda hoje existem pessoas que ainda não compreenderam que o efeito da vacina não é o de impedir a transmissão e por isso mesmo muitas delas passaram a relaxar nos cuidados elementares para evitar o contágio.

Mais uma vez, fez questão de destacar que a vacina proporciona aumento da resistência do organismo contra o coronavírus, praticamente eliminando os casos mais graves, internações e óbitos. “Evidentemente que, como ocorre com outras vacinas, num universo de milhões de pessoas vacinadas, algumas terão algum tipo de problema. Mas ao reforçar o sistema imunológico das pessoas a atacar o vírus causador da doença, a vacina possui o mérito de reduzir a carga viral. Ela não impede o contágio, mas é fundamental para evitar uma situação de caos, que poderíamos, inclusive, estar presenciando nos dias de hoje com o avanço descontrolado da nova variante”, ensina.

 

Os quatro profissionais da saúde que receberam as primeiras doses falaram a respeito da importância da vacina

 

Os 4 profissionais da saúde que receberam as primeiras doses destacam a eficácia dos imunizantes

 

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