Gazeta Itapirense

Soninha dá um chega pra lá no preconceito

O portador de nanismo ou de qualquer outra deficiência sofre desde cedo com o preconceito. Claro, não há como desviar o olhar de pessoas com a estatura baixa, fora dos padrões.

Sonia Regina de Castro, dona de banca de jornais e revista no Penhão, sabe muito bem o que é isso. Apesar de não ser anã, ela já se acostumou a ser considerada como tal, mesmo sendo uma deficiente física e possuir uma doença rara, a osteogênese imperfeita, popularmente conhecida por ‘ossos de vidro”.

Pequena de estatura – não mede 1,5metro – Sônia já passou por mais de 15 cirurgias devido as fraturas. “Mas o preconceito sempre existiu, porém não me deixei levar porque tive pai e mãe que nunca me trataram diferentemente, ou seja, com indiferença”. Soninha confidenciou também que já faz algum tempo da última fratura. “Ainda bem”, disse. Ela já fraturou os dois braços e as duas pernas.

Acostumados a atrair olhares curiosos, comentários, risos e piadinhas, a pessoa que tem a deficiência aprende a lidar desde cedo com isso. “O importante é como você se porta frente a situação”, esclareceu Sônia. “Meus pais foram meus maiores exemplos”.

Ela conta que a primeira alfabetização quem fez foi o pai, já que as escolas onde morava, em São Paulo, não aceitaram matriculá-la porque sua condição física era muito frágil.

Daí chegou a adolescência, mas ela foi tirando de letra. O que ela é hoje foi moldando desde sempre. Tem 49 anos e um filho de 20 anos, que a ama de paixão. “Me divirto, saio, faço amizades, enfim sou feliz”.

Soninha manda pra longe o preconceito e diz: “sou feliz”

Soninha, como é conhecida, ensina que aceitar a si mesmo como uma pessoa igual às demais é um importante passo para que as pessoas também te aceitem nas suas diferenças. Mas alerta para que procure levar uma vida normal como e correr atrás daquilo que se quer: “você não é incapaz de realizar seus sonhos”.

Falando em sonho, Soninha diz que no momento seu maior desejo é trabalhar de carteira assinada: “Faz 30 anos que trabalho aqui na banca, mas eu queria muito trabalhar com carteira assinada”, finalizou.

 

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