Gazeta Itapirense

“Ser funerário está longe de apenas vender. É ser humano”, diz Jacó

Giácomo Brioschi Neto, popularmente conhecido por Jacó, tem 43 anos e muitos o conhecem em Itapira como funerário da Funerária Itapirense. Gentil e sempre sorridente, Jacó é um dos profissionais mais importantes no momento da perda de um ente querido, um pai, uma mãe, uma irmã, um amigo ou amiga.

“Acredito que ser um funerário, seja de qual função for, está longe de apenas vender, atender ou preparar corpos. É antes de tudo uma forma de acolhimento das famílias em um dos maiores acontecimentos de suas vidas, que é a perda de um ente querido”, declarou.

A humanização dos atendimentos funerários é algo que para sempre ficará gravado nas memórias de quem está enlutado. Nessas horas, a capacidade de o funerário compreender a dor de quem fica é fundamental.

“Orientar, auxiliar e fazer com que essa passagem seja menos dolorosa possível deve vir em primeiro lugar, pois que seremos para sempre lembrados pelas famílias. Então, fazendo da melhor maneira possível, de forma profissional e humana, seremos lembrados positivamente”, esclarece.

A história de Jacó com os serviços funerários tem mais e 40 anos. Na verdade, ele faz parte de uma empresa familiar na qual o pai assumiu a administração lá pelos meados de 1978.

“A minha casa ficava no fundo da funerária”, disse. “Praticamente nasci e cresci dentro da funerária, convivendo nesse meio desde cedo. Comecei com 12 para 13 anos, fazendo serviços de banco. Com 15 anos já entregava os boletos de cobrança, de bicicleta. E aos 16 anos passei a ser ajudante na preparação de corpos. Foi tudo muito natural e sem sobressaltos. Meu pai sempre exigiu de todos nós respeito, discrição e humanização”, complementou.

Ao longo desses mais de 40 anos, Jacó não deixou de se aprimorar, tanto na capacidade de atendimento humano, quanto no que se relaciona à profissão. Neste período fez diversos cursos, dentre eles o de tanatopraxia, com técnicas de somatoconservação.

Para se ter uma ideia do que isso significa, são os cursos realizados em instituições de ensino sérias, com profissionais da área, onde os alunos aprendem técnicas de embalsamamento, anatomia, microbiologia, além de desenvolverem habilidades de comunicação e empatia para lidar com os familiares em um momento delicado. É uma profissão que requer constante atualização e aprimoramento, dada a natureza técnica e sensível do trabalho.

Jacó, da Funerária Itapirense, que atua como agente funerário há 40 anos: humanidade acima de tudo

“Aprimorei-me em anatomia do corpo humano, bem como estudei o manual do código de ética do Agente Funerário, que nos ensina muito sobre a dignidade e as leis referentes à nossa profissão”, observou.

Mesmo com tanto aprimoramento, Jacó relata que ser funerário trata-se de uma profissão que exige acompanhar as mudanças naturais da prática profissional, com as ‘modernidades’ relacionadas aos veículos, cerimoniais e até mesmo na preparação e a conservação das pessoas falecidas.

Sobre um período difícil, Jacó relembra a época da pandemia de Covid-19, devido às restrições daquele período sombrio da história humana, já que os agentes deveriam primeiramente estar atentos às leis e decretos em que não estavam acostumados.

“No sentido pessoal, o momento mais difícil para mim foi no momento da morte da minha mãe, quando tive que conduzir toda a parte do funeral dela”, declarou.

 

 

 

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