Gazeta Itapirense

Santos do Cemitério da Saudade: relatos transformaram pessoas comuns em milagreiras

A crença popular sempre soube reconhecer pessoas consideradas santas em vida, tidas como exemplos de fé e caridade e que por isso se transformaram em milagreiras após morrerem.  O Cemitério da Saudade é repleto de túmulos de quem ganhou este status. Uns ainda estão em evidência.

É o caso da enfermeira Carmem de Campos, sepultada em 26 de novembro de 1949 como exemplo de oração, devoção à família e aos necessitados. A enfermeira era consoladora de Nossa Senhora do Calvário e sua benemerência obteve como gratidão uma placa dourada como homenagem de todos.
Carmem está sepultada no primeiro túmulo da entrada principal do mais antigo cemitério de Itapira. Em sua última morada não falta flores e peregrinações. Também não são poucos os relatos de graças de cura alcançadas por meio da sua intercessão.
Coincidência ou não, é o primeiro túmulo do cemitério, o que pode significar que possuía uma imensa consideração por parte da população, é um caso de devoção popular que não diminuiu com o tempo, relata.

A enfermeira Carmem ganhou fama de santa. Seu túmulo é o mais visitado do cemitério

O menino Mário Rubens Riberti morreu aos 8 anos vítima de tétano, segundo relatos, em 1953. Mesmo tão novinho, lhe imputaram fama de taumaturgo, aquele que faz muitos milagres. Até meados dos anos 1970, a pequena capela onde está à mostra o seu pequeno caixão branco, foi ponto de oração de pais aflitos que buscavam graças para a saúde dos seus pequenos. Atualmente, a procura desapareceu quase que por completo.

O menino Mário, com caixão exposto, morreu com 8 anos e foi tido como milagreiro

Reza a lenda que túmulos desconhecidos que passam a receber flores de uma hora para outra são indícios de que se transformaram em locais de orações populares.
É o que aconteceu com a campa do italiano Ferrucio Del Corso, falecido aos 50 anos de idade jurando voltar em vida para os braços da mulher amada.
O retorno à Itália nunca aconteceu e a lenda urbana serviu de exemplo para os casamentos em crise. Sempre há flores no túmulo deste italiano, talvez pela história de um amor que sobreviveu além da vida.

O italiano Ferrucio prometeu voltar à esposa, na Itália, e morreu em Itapira

Túmulos de religiosos também sempre chamam atenção. Os das Irmãs Calvarianas, onde está sepultada a exemplar irmã Angélica, é fácil encontrar alguém orando ou simplesmente agradecendo a caridade das religiosas que foram um facho de luz na espiritualidade itapirense.
Mas é a capelinha do padre Agostinho Gomes da Costa que ficou famosa até o comecinho dos anos 80. É que o pároco, em vida, fora conhecido por sua bondade, e mesmo após a morte ganhou fama de milagreiro. Mas a devoção diminuiu bastante, porém sempre vem uma ou outra pessoa em busca de graças.

Capelinha do padre Agostinho era bem frequentada até o início dos anos 80

Por fim, o imenso jazigo dos restos mortais dos antigos Consoladores de Nossa Senhora do Calvário ainda chama atenção. Talvez pela imensa cruz de madeira de árvore comum, que dá um toque de santidade diferente, sinaliza aos viventes que o mais importante é viver como caridoso no simples anonimato cristão.

Túmulo dos Consoladores sempre teve apreço popular
Compartilhe
error: