Gazeta Itapirense

Programa de Aquisição de Alimentos chega ao fim e deixa saudades

Um programa social colocado em prática a partir de março deste ano pelo governo estadual, em plena evolução dos números da pandemia, terminou em outubro, deixando de atender dezenas de famílias de baixa renda que recebiam aqui em Itapira, via Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), uma cesta por semana com alimentos in natura.

Criado para durar seis meses, o programa ganhou vida extra por causa das geadas que castigaram produtores rurais entre junho e julho deste ano. Em sua formatação, o programa tinha duas finalidades, levar alimento saudável para a mesa das pessoas de maior vulnerabilidade social e ajudar agricultores familiares a obter renda.

A Secretaria de Promoção Social ajudou no cadastro das famílias e no processo de distribuição, que recebeu valiosa contribuição de algumas entidades como o S.O.S. “Foi um programa que trouxe um resultado muito bom. Tomara que tenha continuidade”, disse Regina Ramil Marella, titular da pasta.

A forma com que o programa se apresentou na cidade, com muitos elogios, deve muito à perseverança do engenheiro agrônomo Luiz Antônio Dias de Sá, dos quadros da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) órgão da Secretaria Estadual de Agricultura. Durante praticamente 60 dias a partir do começo do ano, ele prospectou todos os agricultores de Itapira e região cujas características se enquadravam dentro das exigências do programa para o fornecimento de legumes, frutas, tubérculos, raízes e verduras. Fez entrevista individual com cada um até chegar à relação daqueles que acabaram aderindo ao programa.

O trabalho de “formiguinha” (e cansativo) exercido por Luiz de Sá resultou no cadastro final de 24 fornecedores, a maioria deles do assentamento do antigo Horto de Vergel. O programa deixou “amarrado” que cada produtor, fazendo a entrega daquilo que se comprometeu, teria, ao final do programa, uma renda de R$ 6.500,00. Tudo controlado com planilhas de entrega, recibos e depósito em conta corrente.

No decorrer da execução do programa, foi preciso contornar algumas dificuldades que não apareceram no radar das pessoas que formularam o programa, como por exemplo a falta de produtos especificados. O assentamento de Vergel foi duramente castigado em três oportunidades na virada do primeiro para o segundo semestre quando houve, depois de muitos anos, registro de geadas na região. Muitos produtores chegaram a perder tudo. “Foi preciso remanejar a entrega de diversos produtos. A quantidade de cestas, evidentemente caiu”, mencionou Luiz de Sá.

A GAZETA quis saber dele se existe perspectiva de que o programa seja reeditado para 2022. Ele disse que o simples fato do programa ter recebido diversos elogios corrobora para que seja colocado novamente entre as prioridades do governo Dória. Sugere ainda, que a iniciativa receba alguns ajustes por conta dos problemas enfrentados, como a simplificação dos procedimentos burocráticos e a criação de mecanismos que permitam maior flexibilidade para substituição dos produtos no caso da ocorrência de algum tipo de problema com o fornecedor que foi selecionado; além, é claro, um reajuste na tabela daquilo que o produtor tiver direito em receber.

Luiz de Sá (direita), defende aperfeiçoamento do programa

Compartilhe
error: