Gazeta Itapirense

Praga detectada em Mogi ameaça produção regional de mandioca

A Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo, por intermédio da Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS), lançou um alerta para produtores de mandioca de toda a região, por causa do surgimento de uma praga em cultivos localizados em Mogi Mirim.

Segundo o engenheiro agrônomo Luz Antônio Dias de Sá, dos quadros da CDRS, a nova doença, conhecida como Couro de Sapo, se manifesta na raiz que é a parte comestível. Luiz de Sá explica que o nome “Couro de Sapo”, guarda relação com o aspecto da casca da mandioca. “Fica toda enrugada e grossa”, descreveu. Explicou ainda que a doença é causada por um complexo de microrganismos semelhantes a um vírus.

“Os sintomas aparecem apenas na raiz, não sendo perceptíveis na parte externa (no pé). A mandioca tem seu desenvolvimento prejudicado, com o interior amolecido afetando o cozimento”, detalhou o especialista. As investigações conduzidas pela CDRS demonstram que a variedade que apresenta maior contágio é aquela conhecida com Eucalipto.

Luiz de Sá diz que maior número de variedades da planta dificulta propagação da doença

Os técnicos da CDRS orientam os produtores a fazer o descarte das ramas ou mudas, não devendo utilizar para novos plantios assim como não adquirir mudas com essa doença, para evitar que ela se alastre. Mogi Mirim é o maior produtor regional da raiz. Em Itapira, sobretudo no assentamento de Vergel, é uma cultura muito disseminada.

 Variedades

Luiz de Sá lembra que a antiga Coordenadoria Técnica Regional (CATI) de Mogi Mirim desenvolveu a menos de dois anos um campo experimental no Morro Vermelho em Mogi Mirim, para aferir quais variedades de mandioca se dão melhor na região. Foram plantadas sete variedades. Essa atividade segundo ele, ajuda o produtor a não ficar refém de uma única variedade e o estudo mostra em situações como esta surgida atualmente, sua importância. “A dependência de uma só variedade é muito arriscado, pois a qualquer momento pode aparecer uma praga ou doença que afete essa cultivar e ai a situação se agrava”, corroborou.

Exemplar recolhido mostra “pele enrugada” e deformidades em toda a raiz 

Luiz de Sá, que é itapirense, tem participado com destaque ao longo dos últimos anos de diversos experimentos com esta finalidade, também envolvendo outras culturas, como milho, laranja, cacau, pupunha e mais recentemente, a soja.

 

 

 

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