Gazeta Itapirense

Pastelaria Kashiba pode mudar nas ‘redondezas’ do antigo ponto

Com um comunicado de 14 linhas publicado nas redes sociais na última segunda-feira, dia 12, os proprietários da tradicionalíssima pastelaria Kashiba, instalada há quase 50 anos na parte alta da rua José Bonifácio, informaram aos clientes que estavam fechando as portas. “Como muitos, passamos por um momento delicado no país e tentamos de todas as maneiras manter as portas abertas”, diz um trecho da nota.

Falando com A GAZETA, o comerciante Luís Rogério Kashiba, de 52 anos, filho de Francisco Kashiba, um dos fundadores (junto com seu irmão Sebastião), disse que chegou a um ponto onde não estava mais conseguindo equilibrar receitas e despesas. “Os custos fixos se mantém elevados e com toda esta situação de abre e fecha, a receita caiu muito. Tentamos até onde foi possível, mas infelizmente não deu mais”, comunicou.

Rogério Kashiba que cresceu vendo a pastelaria do pai e do tio frequentada por empresários, políticos, comerciantes e pela população em geral, garante que fica um enorme vazio. Mas, avisa que continua produzindo os pastéis que ganharam fama nestes anos todos, fazendo entrega por delivery (quem quiser receber em pode acessar o WhatsApp (19) 9 9187 3158. “Nosso atendimento será sempre das 10h00 às 20h00 de segunda a sábado”, propagandeou.

 Ele adiantou que procura por um novo ponto comercial para montar novamente sua pastelaria, de preferência nas imediações de onde atuou por tanto tempo: “estou vendo as opções, tomara que dê certo”, disse.

Rogério está à procura de um novo ponto, de preferência nas redondezas do antigo local de trabalho

Repercussão

Célio Altafini, presidente da Associação Comercial e Empresarial de Itapira (ACEI) acredita que o fechamento da pastelaria simboliza o desastre em curso na atividade econômica causado pela pandemia. “Quantas outras portas irão se fechar até que tudo isso passe?”, questionou. Altafini disse que “batia ponto” no local há pelo menos 40 anos. A Ótica Look, outra tradicional empresa da cidade, fica ao lado da pastelaria.

A pastelaria foi ponto de encontro de diversas gerações. Ali se encontravam para uma conversa e para ler jornais do dia empresários, bancários, autoridades públicas, pessoas que adquiriram o hábito de conversar a respeito de política, futebol e que segundos proprietários, não raramente, até fechavam negócios dentro do estabelecimento.

“Lojas fechadas, mudança no horário dos bancos e a população tendo que ficar em casas. Não tinha mesmo como sobreviver”, reforçou Rogério Kashiba. Ele registrou que os percalços começaram a aparecera partir de março do ano passado. “Antes que tudo isso começasse, o negócio estava virando. A tradição e o bom atendimento ainda se faziam mais forte do que as dificuldades”, lamentou.

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