Gazeta Itapirense

Orelhão: o sobrevivente da Era do Celular

Os primeiros telefones de acesso público foram lançados em meados de 1920, quando eles eram instalados em estabelecimentos comerciais autorizados pela empresa de telefonia da época. Pouco mais de 50 anos depois, chegou à população o telefone instalado nas calçadas, aberto ao acesso de todos. Em meados de 1972, a arquiteta brasileira Chu Ming Silveira lançou um tipo de proteção para o aparelho locado nas ruas, o famoso Orelhão. De lá pra cá, ele foi ganhando o apreço daqueles que precisavam se comunicar com alguém que estava longe.

Mas e agora? Como está a situação décadas depois?

Em pleno 2024 a situação é diferente. Ao invés de fichas e cartões, quase todo mundo carrega no bolso um aparelho pequeno, capaz de contatar alguém do outro lado do país ou do mundo. E o velho fiel acabou ficando para trás.

Há quem diga que ele vai acabar, como o comerciante José Carlos Trinca, da famosa Banca do Trinca, localizada na Praça Bernardino de Campos. Em seu estabelecimento são comercializados em média 1 cartão telefônico por mês. “Já cheguei a vender mais de 80 por mês, mas agora está praticamente acabando o uso do orelhão, o povo procura muito chip e recarga de celular”, disse Trinca.

Trinca da Banca viveu o auge e a queda do orelhão

Hoje dá pra se notar que quem compra são aqueles que estão numa urgência muito grande, ficaram sem bateria ou crédito no celular e precisam falar com alguém. Ou então aqueles que não sabem mesmo como mexer no celular. Mas são poucos.

Por quanto tempo ele ficará à disposição da população é difícil prever. Fato é que ele ainda está lá, sobrevivendo nas ruas da cidade e à espera de alguém que o utilize para fazer uma das principais ações da humanidade: se comunicar.

Foto do arquivo do jornal A GAZETA mostra usuária do orelhão
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