Gazeta Itapirense

Olho Político: Sete de setembro passou e o mundo não se acabou

Não dá para negar, o presidente Jair Bolsonaro sabe como ninguém colocar fogo em mato seco. Vem organizando o sete de setembro há mais de dois meses. Primeiro foram as motociatas em várias cidades brasileiras. Depois vieram várias falas como: “último alerta para aqueles que teimam em golpear a nossa democracia”; ou quando pediu o impeachment de Alexandre de Moraes; ou quando editou Medida Provisória alterando o Marco Civil da Internet limitando a remoção de conteúdos nas redes sociais. Mobilizou manifestações em todo Brasil.

Nos discursos em Brasília e São Paulo, ao que parece, o presidente passou do ponto e vai render conversa por muitos dias. Haverá consequências, para ele, positivas ou negativas? Só o tempo dirá. Como todo bom extremista, o tempo todo ele se dirige aos seus apoiadores para tentar leva-los unidos até a eleição do ano que vem. Para quem acha que essa estratégia é nova, os extremistas de esquerda sempre fizeram e sempre farão a mesma coisa. Antes de Bolsonaro, os extremos de direita ou de esquerda nunca passaram dos 10% nas eleições. Bolsonaro foi o único a extravasar. Lula só conseguiu ser eleito depois de ajustar o seu discurso mais para o centro.

Muitos analistas políticos estão dizendo que Bolsonaro, como presidente, não deveria ter se envolvido tanto nessas manifestações e, por isso, deverá pagar um preço alto. Mas a pergunta é simples, que outro representante da direita conseguiria mobilizar tanta gente? O mesmo pode ser dito do Lula, que outro representante da esquerda teria a mesma habilidade? É impressionante como os diferentes se assemelham em alguns pontos.   

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