Gazeta Itapirense

OLHO POLÍTICO: Para Bolsonaro, STF só quando convém

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro com o objetivo de investigar a prática de “rachadinha”, desvio ilegal de salários dos colaboradores do vereador Carlos Bolsonaro, quebrou o sigilo telefônico e do conjunto de dados de 11 ex-assessores que poderão complicar a vida do vereador.

O Juiz Marcelo Rubioli, da 1ª Vara Criminal Especializada do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, depois de identificar “indícios rotundos de atividade criminosa em regime organizado”, apontou Carlos Bolsonaro como chefe de organização criminosa.

O Ministério Público disse que, “para operacionalizar o desvio, é necessária a convergência da atuação do vereador, que se encarrega da indicação dos assessores “fantasmas” (e figura como beneficiário final do peculato), dos chefes de gabinete que atestam falsamente o desempenho da atividade profissional dos assessores, e finalmente dos ocupantes de cargos comissionados, concordam em ser nomeados formalmente na Câmara Municipal, sob compromisso de repassar mensalmente parte da remuneração do cargo aos demais integrantes da organização criminosa, contribuindo para o desvio da verba orçamentária”.

O presidente Bolsonaro quer que a defesa do filho Carlos se baseie nas mesmas estratégias adotadas pelo outro filho Flávio: arrastar o caso para os tribunais superiores de Brasília, tentar anular as provas e protelar o julgamento.

A prática da rachadinha é disseminada entre políticos de baixa atividade parlamentar. Sem requerer os préstimos de tantos assessores, contratam funcionários para os cargos à disposição sem que ninguém precise trabalhar desde que devolvam boa parte do salário recebido. Ao comprovar, é crime.

 

Foto: Valter Campanato

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