Gazeta Itapirense

Nossa História: O velho e místico campo da Usina

Itapira conta com muitos campos de futebol. Em todos os bairros há pelo menos um em condições de abrigar grandes partidas, oficiais ou amistosas.

Mas, quem pisou pelo menos uma vez no gramado que existia na Usina Nossa Senhora Aparecida, com certeza irá concordar que ele faz muita falta. Não há como explicar, mas aquele era um lugar mágico, onde todo mundo gostava de jogar.

Guardo comigo os jogos que participei com a camisa do Olimpicus da Usina naquele gramado. Tardes de domingo inesquecíveis e que nunca mais se repetirão. Primeiro porque meu par de chuteiras está pendurado há muito tempo e segundo porque o gramado não existe mais, deu lugar a um estacionamento.

Olimpicus em 1974 – em pé: Tatu, Lantin, Joãozinho Pereira, Vanderlei, Clayton, Siso Bagatella e Juquinha Pereira; agachados: Bujija, Cláudio José, Zé Pereira, Humberto Butti, Zé Armando e Siqueira
Uma das poucas fotos tiradas no campo da Usina que mostram a arquibancada ao fundo
O Olimpicus chegou ao vice-campeonato na Copa Itapira de 1977, perdendo a final para o Cubatão

Mas as lembranças jamais serão apagadas e nem mesmo substituídas por estacionamento ou qualquer outro empreendimento. Ficarão para sempre na minha memória e na de quem jogou naquele gramado.

Quantos e quantos craques passaram por lá, deram seu show, fizeram seus gols e deixaram suas marcas naquele local? Quantas pessoas sentaram nas arquibancadas rústicas para apreciar um bom futebol?

O tempo é cruel e a ação do homem ainda mais, mas não há nada que possa apagar as inesquecíveis tardes de domingo passadas no velho campo da Usina Nossa Senhora Aparecida. Tardes em que a bola rolava mansa, sempre passando pelos pés mágicos de um meia-esquerda baixinho, de muita categoria, chamado Ivan Gracini.

O Olimpicus em Jacutinga-MG durante torneio realizado em 1974
Lance de um clássico disputado no gramado da Usina em 93: Usina x Vila Ilze
Grandes craques do futebol itapirense vestiram a campo do time usinense, entre eles Cláudio José

Era de seus pés que saíam as principais jogadas de ataque. Os passes para os gols marcados pelos atacantes Zé Pereira, Foraciepe, Beto Baldissin e até mesmo eu, que nunca fui um craque, marquei meus gols naquele gramado com passes mágicos daquele baixinho infernal.

Coluna publicada originalmente na versão impressa do jornal A Gazeta Itapirense de 09 de novembro de 2013 pelo jornalista Humberto Butti

 

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