Gazeta Itapirense

Morte de animais de estimação: um luto não respeitado socialmente

A morte de um pet é algo que nunca é pensado de maneira efetiva pelos tutores. Muitos até mesmo não desejam nem pensar no assunto. No entanto, uma certa hora ela chega: a partida de quem tanto amamos. E com ela toda a sua tristeza.
Esse é um assunto muito difícil, tão difícil quanto a responsabilidade por criar um pet. Para o tutor que perde o seu animal, a dor pode se tornar um processo complexo, sendo que muitas vezes quem está de fora acaba por não entender a dimensão desse luto.
Para piorar a situação, o luto pela perda de um pet não é legitimado, ou seja, não é reconhecido socialmente. A psicóloga Maria Helena Pereira Franco pesquisou na PUC-SP o assunto e constatou que há um desprestígio em relação ao luto de quem perde o seu animal de estimação, sendo esse luto considerado menor.
“Mas chorar e sofrer por que um animal morreu?”. Essa é a pergunta mais relatada por muitos tutores ouvidos pela especialista. Segundo a psicóloga, os tutores têm vergonha de expor seus sentimentos em público, mas defende que se tenham espaços e situações sociais e familiares em que a exposição desse tipo de luto deva ser respeitada.
São anos de convivência, inúmeros momentos felizes e um amor incondicional que nunca será esquecido. As fases do luto animal vão desde a negação até o estágio da raiva, ou seja, a revolta pela partida do pet, ou da depressão, e, por fim, a aceitação.
A médica veterinária de Itapira, Bruna Castelion, da clínica Cantinho Pet, deixa claro que é fundamental compreender e acolher esse momento único e triste dos tutores e tutoras.
De acordo com ela, respeitar é o mínimo que um profissional deve fazer diante da perda de um vínculo de anos, que perspassa pelas relações com a veterinária. “O vínculo que mantemos com os animais e os próprios tutores é muito forte, e não raras vezes também partilhamos das lágrimas deles. Nosso papel é de empatia e de conforto, de reconhecimento de amor pelo animal que se foi”, declarou.

A médica veterinária Bruna Castelion, da Cantinho Pet, de Itapira: “é preciso entender, respeitar e acolher os tutores”

Não prática, não existe forma certa, única, eficaz ou errada de viver o luto pelo pet. O luto é individual. Mas existem alguns mecanismos que podem ajudar a lidar melhor com tudo isso, de acordo com especialistas em luto:1) Permita-se sentir as emoções do seu jeito. 2) Encontre suporte emocional. 3) Celebre a vida do seu pet. 4) Cuide de você e da sua saúde física e psíquica.

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