Gazeta Itapirense

Mogi Mirim teve encontro de produtores de milho e soja

O evento realizado em Mogi Mirim no dia 24, apresentou resultados do trabalho da Secretaria de Agricultura, por meio da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), do Instituto Agronômico (IAC) e da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), em uma programação que contou com palestras, observações práticas e exposição de máquinas e implementos

Há 20 anos, após intenso trabalho da CATI Regional Mogi Mirim, em parceria com o IAC, houve a ampliação da área das culturas de milho e, posteriormente, de soja, com grandes ganhos de produtividade e rentabilidade na região.

“Esta ação é mais que um trabalho; é a personificação do que entendemos ser a missão da extensão rural, que é a de levar conhecimento, tecnologia e políticas públicas para transformar vidas, com geração de renda e emprego no campo. Nesse contexto, após a redução das áreas de citricultura na região, identificamos a vocação local para as culturas de grãos. Sendo assim, para melhorar a produtividade e renda dos produtores que começaram a cultivar as culturas do milho e da soja, verificamos que era preciso gerar conhecimento e tecnologia em experimentos práticos sobre as melhores cultivares a serem plantadas e o manejo adequado para o solo, o clima e as características das propriedades da região”, explica o itapirense Luiz Antonio Dias de Sá, engenheiro agrônomo da CATI Regional Mogi Mirim, que integra a equipe responsável pela ação desde o início e também coordena a organização do evento.

Dessa observação, identificada no relacionamento cotidiano com os produtores nas Casas da Agricultura dos 11 municípios da área de atuação da Regional, os extensionistas entenderam que a instalação de Unidades de Adaptação de Tecnologias (UATs) – conhecidas como Campos de Avaliação -, em áreas cedidas por produtores e conduzidas em parceria com pesquisadores do IAC e da APTA, era a melhor forma de se construir um saber conjunto, aprimorar o desenvolvimento das culturas na região, bem como promover a organização e sustentabilidade das cadeias produtivas, com aperfeiçoamento da produção e aumento da produtividade.

Nesse cenário, consolidando as diretrizes da Secretaria de Agricultura para a sinergia entre seus diversos órgãos, com o objetivo de que a agricultura de São Paulo seja cada mais sustentável e transformadora, a CATI e o IAC/APTA realizaram, no dia 24 de agosto, com apoio da Sicredi e de empresas parceiras, o 20.º Encontro Técnico Regional de Produtores de Milho e Soja.

Com um público de cerca de 180 pessoas, o objetivo foi difundir conhecimento em um ciclo de palestras sobre temas importantes e atuais pertinentes às duas culturas, bem como compartilhar os resultados dos ensaios sobre as diversas cultivares de soja comercializadas na região.

“Aqui na região, o milho e a soja vêm se tornando culturas importantes para os produtores em busca de rentabilidade, ao mesmo tempo em que impulsionam as economias locais e regional. De acordo com levantamento que fizemos, atualmente são cultivados 9.500 hectares de milho e 16.000 hectares de soja. Para se ter uma ideia da importância do plantio de soja na região, temos o exemplo do município de Itapira: até 2020, a cultura não tinha espaço na cidade, mas hoje são mais 4.000 hectares, principalmente em áreas de cana-de-açúcar”, exemplifica José Luiz Bonatti, engenheiro agrônomo da Casa de Agricultura de Mogi Mirim, ressaltando que esse espaço conquistado na região pelas duas culturas pode ser creditado, entre outros fatores, ao intenso trabalho realizado pela extensão e pesquisa.

Programação

O evento contou com uma série de palestras sobre temas relevantes como “Desempenho de cultivares de soja na região de Mogi Mirim”, proferida por Everton Luis Finoto, pesquisador científico da APTA Regional Pindorama; “Uso e conservação de solos agrícolas, pelo eng. agr. Daniel Malheiro do Nascimento, da Defesa Agropecuária; “Práticas de avaliação da qualidade na semeadura, pelo engenheiro agrônomo Dr. Afonso Peche Filho, pesquisador científico do IAC.

“As palestras sobre crédito e seguro rural foram ministradas pela Sicredi, que participou da organização desse evento se tornando uma parceira muito importante, sendo representada pela gerente da agência de Mogi Mirim, Ana Paula Correia”, explica Luis de Sá, informando que, após o ciclo de palestras, os participantes visitaram a Feira de Tecnologias Agrícolas.

Ao final de cada ciclo produtivo, é realizado um evento, onde extensionistas e pesquisadores apresentam os resultados das avaliações em relação a doenças e pragas, altura de planta, produtividade, entre outras. “Ou seja, são disponibilizadas informações que os produtores precisam para adquirir a melhor semente para sua área, adotando as melhores tecnologias de manejo e colheita. Um dos pontos interessantes, revelados nesses anos de ensaios, é de que os milhos da CATI Sementes e Mudas, entre os do nível dele, são os mais procurados pelos agricultores familiares da região”, destaca, salientando que os ensaios têm sido feitos com as diversas cultivares de milho comercializadas na região, oriundas de empresas privadas e da CATI”, explica Luiz de Sá.

Além de auxiliar na tomada de decisão das melhores cultivares, em questão de custo-benefício e vocação de solo e clima, nas últimas duas décadas, o trabalho realizado pela CATI, pelo IAC e pela APTA tem outros desdobramentos, como analisa Diego Barrozo, diretor da CATI Regional Mogi Mirim: “principalmente nos últimos anos, nos quais intensificaram-se alguns problemas com pragas e doenças, alta dos custos de produção, principalmente com elevação dos preços de insumos e intempéries climáticas, se fizeram necessárias ações mitigadoras, entre as quais essas avaliações contínuas de cultivares para eleger os melhores materiais para cada ciclo de plantio, ampliação das ações de conservação do solo e da água etc. Nesse sentido, entendemos que promover um espaço para troca de conhecimento e experiências de produtores, pesquisadores e extensionistas é fundamental para avançar em soluções de impacto para a sustentabilidade dessas culturas tão importantes em nossa região. Com isso, é nossa meta manter e ampliar este evento, com apoio de parceiros”.

 Campos de Avaliação

Ao longo dos anos, centenas de produtores conheceram as vantagens das cultivares de milho comercializadas na região, por meio dos Campos de Avaliação de Cultivares. “Nestes 20 anos, foram apresentados ensaios com centenas cultivares de híbridos simples, duplos, triplos e variedades. Por meio desses resultados, pode-se ter uma noção geral das cultivares mais adaptadas à região de Mogi Mirim, em relação a alguns fatores como produtividade, plantas acamadas, plantas quebradas, resistentes ou suscetíveis a determinadas doenças, entre outros”, explica o agrônomo Luiz de Sá, comentando que, “com a planilha dos resultados em mãos, os produtores sentem mais segurança na aquisição de sementes, obtendo assim maiores produtividades e retorno financeiro”.

 

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