Gazeta Itapirense

Mais sol e menos sombra: as árvores da administração Bellini numa Itapira a 40°

Por Paulo Jonas de Lima Piva

 

Não são podas e sim mutilações, deformações e até destruição de árvores outrora frondosas, de arbustos outrora acolhedores, de mudas de árvores frutíferas brotadas espontaneamente ou plantadas por moradores conscientes do bairro.

E não me refiro aqui às famigeradas leucemas, pragas vegetais que precisam, dependendo do caso, ser extirpadas, como manda a ciência. Refiro-me a amoreiras, mangueiras, abacateiros, pés nascentes de acerolas e outras árvores com frutos, insignificantes para nós, bicho homem, mas vitais para muitos pássaros que lá habitam.

Além de devastarem tudo, deixando um deprimente cenário de terra arrasada como resultado, as equipes de poda e de conservação das áreas verdes da administração Bellini não plantam absolutamente nada por onde passam, nenhuma muda sequer, mesmo havendo áreas ociosas no bairro que poderiam ser transformadas em pequenos bosques e em alamedas inclusive, como é o caso da rua Francisco Citrângulo, por exemplo.

E em tempos de calor de quarenta graus como estamos vivendo e viveremos muito doravante, o pouco de sombra que existia nesses locais, na região da praça Interact Club particularmente, foi exterminado na última semana pelas vorazes ferramentas e máquinas das equipes da administração Bellini.

Os estragos foram tão grandes e os resultados práticos tão nocivos que é inevitável a desconfiança quanto à competência técnica dos promovedores desse desrespeito ambiental, sobretudo do responsável imediato por essas operações, pelo menos no bairro da Vila Kennedy, oficialmente Chácara Freitas, antigo “Tola Cavalo”.

Será mesmo o responsável por essas operações alguém com conhecimento científico e técnico em meio ambiente ou seria ele apenas um indicado político sem noção alguma de flora, fauna e bem-estar ambiental, como parte de algum acerto político para a governabilidade do prefeito Bellini?

E se tem competência científica e técnica, como explicar teoricamente os fundamentos de uma política pública de podas e de conservação de áreas verdes que destrói as sombras dos moradores, que não planta mudas, que elimina as mudas que brotam espontaneamente no local ou que são plantadas por moradores do bairro, enfim, que não parece pensar nem um pouco nas aves da região que precisam de árvores e alimentos para sobreviverem?

Em suma, como cidadão impotente como a maioria daqueles que não ocupam mandatos políticos nem desfrutam do poder de lobbies de empresários e de líderes religiosos, mas que nunca deixou de atrasar uma parcela do IPTU, peço ao prefeito Bellini, uma força política digna da cidade, que reveja essa política ambiental de mais sol e menos sombra em andamento, em particular no que diz respeito à saúde do pouco verde que ainda existe no bairro da Vila Kennedy.

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