Gazeta Itapirense

Funerária admite troca de corpo de idosa em velório

A família de uma idosa de 74 anos, que estava internada no HES (Hospital Estadual de Sumaré) e morreu ontem (21) após ter complicações causadas pela covid-19, recebeu hoje (22) o corpo de uma outra pessoa no lugar da falecida. A funerária Grupo Serra, no final da tarde de hoje, informou que houve erro e os corpos foram, de fato, trocados.

De acordo com o boletim de ocorrência, os familiares perceberam a troca quando o corpo chegou ao velório, no Cemitério dos Amarais, em Campinas. O caixão não estava lacrado no momento.

Um boletim de ocorrência do caso foi registrado no 2º DP (Distrito Policial), de Sumaré, como destruição, subtração ou ocultação de cadáver. A suspeita é de que o corpo de Maria Aparecida Cardoso teria sido sepultado no lugar de outra pessoa. Os parentes estão com dúvidas do que pode ter ocorrido.

Ainda segundo o registro policial, a vítima estava internada no HES e, após o falecimento, foi encaminhado à funerária Grupo Serra de Hortolândia.

Em nota a empresa confirmou que existiu um erro de procedimento e que está entrando em contato com as famílias envolvidas para executar uma exumação e fazer um novo reconhecimento de corpos por meio de digitais.

COMO FOI

A vítima foi a óbito às 11h45 do dia 21 de setembro e entregue ao agente funerário às 15h40 do mesmo dia. O agente, ao receber a informação da família sobre a troca dos corpos, solicitou que o corpo fosse devolvido ao HES.

Segundo o boletim, o agente disse que recolheu o corpo no hospital e que constava na embalagem cadavérica, tórax e pulseira os dados da vítima de 74 anos. Além disso, ele falou que no necrotério somente havia o corpo da idosa.

DOCUMENTAÇÃO E CONFUSÃO

Após o recolhimento no hospital, a funerária informou que fez a documentação da mulher e encaminhou o corpo para o laboratório da funerária em Artur Nogueira.

Depois da preparação, o corpo da Maria Aparecida retornou para a unidade de Hortolândia da empresa, onde aguardou o horário do velório.

Neste momento, o agente funerário relatou à Polícia que achou a situação estranha, uma vez que a matriz da funerária o chamou para buscar o corpo no HES, mas depois disse que o corpo já havia sido removido.

Consta no boletim ainda que a enfermeira plantonista do hospital teria preparado a identificação da vítima. Depois ela disse que o corpo que voltou ao HES não era, de fato, da idosa de 74 anos.

Isso porquê ela tinha características físicas pontuais, como escaras e dois ferimentos por punção, um na jugular e outro na femoral direita, que não estavam no corpo devolvido ao hospital.

Após o caso, foi requisitado um exame de IML (Instituto Médico Legal) para identificar o corpo devolvido.

O QUE HOUVE 

No dia 21 de setembro, a empresa disse tinha duas ordens de serviço para retirada de um corpo no Hospital Estadual de Sumaré e outro na UPA Macarenko, ambas em Sumaré.

Segundo o Grupo Serra, O primeiro corpo, retirado no HES, estava identificado com uma etiqueta em que continha seu nome, data de falecimento, horário e hospital de origem.

“O segundo corpo, de uma senhora falecida aos 71 anos, no dia 21 de setembro às 7h30 da manhã, foi retirado na UPA Macarenko, por volta das 11h e estava acompanhado de uma etiqueta em branco e um papel solto com uma identificação, acima do corpo”, explicou.

A família da senhora que faleceu no UPA Macarenko realizou o funeral no dia 22 de setembro às 10h30. Já a segunda família, de Maria Aparecida Cardoso, denunciou a troca de corpos.

FUNERÁRIA ADMITE O ERRO

O Grupo Serra reconheceu, na tarde desta quarta-feira (22), em erro de procedimento que teria resultado na troca de corpos de duas idosas que morreram na cidade de Sumaré (SP) – o caso veio à tona após a família de Maria Aparecida Cardoso, de 74 anos, verificar no velório que não era ela quem estava no caixão. Segundo a funerária, a mulher teria sido velada e enterrada por outra família – o corpo deverá ser exumado para confirmar a identidade.

De acordo com nota divulgada pela empresa funerária, após análises do circuito de vídeo do laboratório, foi possível constatar o erro de procedimento e troca dos corpos. O Grupo Serra informou que está em contato com a família da outra paciente para informar do ocorrido.

O corpo de Maria teria sido trocado com o de uma mulher de 71 anos, que veio a óbito no mesmo dia, só que na UPA Macarenko.

“O Grupo Serra lamenta profundamente o ocorrido e compromete-se integralmente com os esclarecimentos deste caso, cujas conclusões dependem de informações ainda a ser levantadas pela análise feita a partir do inquérito policial em curso. Sabemos ser imensurável o sofrimento causado e nos colocamos inteiramente à disposição para receber as famílias. A família Serra está profundamente solidária, prestamos toda nossa solidariedade às famílias, pedimos sinceras desculpas”, diz o texto.

 

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