Gazeta Itapirense

Eufrozina, Umbelina e Ursulina, quem diria, já foram ‘um must’

Em 1890, quem se chamasse Thamires, Gabrielly, Enzo ou Pablo poderia ser motivo de chacota, o nome popular do bullying naquele tempo. O must era se chamar Encarnação, Etelvina, Eufrozina, Ursulina, Umbelina, Victorino, Elpídio, Remídio, Encarnação, Eudozina, Theófilo, Theolinda, Brasilino, Esmeraldina, Brazílio, Escolástica, Plácido, dentre outros nomes que o tempo fez esquecer e cair em desuso.

Mas naquela época, não. Como nos dias atuais, papais e mamãe tinham a preocupação de registrar seus filhos com que de melhor podiam dar em termos de prenomes. Eles refletiam o espírito da época.

Boa parte do século 20 também foi impregnada de nomes diferenciados, mas foi em especial a partir dos anos 50 que, devido à influência da TV, do cinema e dos artistas da indústria cultural norte-americana, os nomes tiveram uma reviravolta e tomaram outros sentidos, por vezes sem um significado específico.

Os nomes revelam mais de um período, sendo seu raio-x, do que propriamente da personalidade das pessoas. Cada época tem os nomes que lhe indicam suas características.

Considerado um acervo vivo da história itapirense, os registros dos livros do Cartório Civil dão a dimensão dos costumes de antanho. Um destes costumes era o de registrar apenas o primeiro nome das pessoas (prenome) sem o sobrenome. A ‘moda’ vingou até meados dos anos 30 do século 20.

Isto sem falar nos nomes errados que os oficiais ‘corrigiam’ e o resultado eram desastrosos. Mulheres com nomes de homens, homens com o nome gramaticalmente confusos e assim por diante. Isto era natural em virtude do analfabetismo na roça, onde morava a maioria das pessoas.

Alguns casos entraram para o folclore. Em Itapira houve quem quisesse registrar o filho com a marca de um trator e também quem bateu o pé para por Anderson Clayton, empresa dona de marca de margarina.  Atualmente, os nomes diferenciados são para homenagear artistas, de preferências cantores.

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