Gazeta Itapirense

Editorial: Toninho Bellini tá off e antecipa o fim da “Lua de Mel”

Para quem ainda não conhece, a expressão “Lua de Mel” também é usada para designar os primeiros quatro meses de um novo governo. É o tempo em que a população é mais tolerante e permite à nova administração tomar pé da situação, começar a colocar em prática seus planos de campanha e engrenar a máquina administrativa.

Quando Toninho Bellini assumiu, este ano, pela terceira vez a cadeira de prefeito, esperava-se que ele tivesse assimilado os erros dos mandatos anteriores e se apresentasse com uma postura administrativa consciente e responsável, que soubesse encorpar a liderança outorgada pelo voto e, principalmente, que assumisse a condição de agente das boas decisões e das boas práticas administrativas.

Estamos no meio da “lua de mel” esperada de Toninho Bellini como prefeito. Lamentavelmente, inúmeros sinais estão brotando no seio da população anunciando que o nível de tolerância consentida já está zerado. A cada dia que passa as críticas se avolumam. O mais impressionante é que elas mostram o mesmo Toninho Bellini de sempre: dificuldade em lidar com o ônus do cargo e com as críticas; terceirização dos atendimentos diretos e das soluções aos colaboradores próximos; omissão e falta de coragem para enfrentar problemas espinhosos; sumiços constantes e demorados da prefeitura (e da cidade) quando a presença dele é fundamental; ausência crônica de iniciativas, salvo quando o assunto é futebol: anunciou que vai cobrir duas arquibancadas dos dois campos do Centro de Lazer, o Pedro Bagini e Bento Nunes. Além de ser esta a única iniciativa, os moradores da Vila Boa Esperança se sentiram desprezados. Estava tudo pronto para a conclusão da iluminação do campo de futebol do bairro e, sem qualquer explicação razoável, o projeto foi totalmente abandonado na última fase. Gestos que revelam que Itapira voltou a parar no tempo.

Pior! Não bastasse o “modus operandi”, bem conhecido, desta vez é escancaradamente visível a dificuldade do prefeito na montagem da sua equipe de apoio; a falta de bons colaboradores como os que ele tinha nos mandatos anteriores, como por exemplo, o saudoso Antonio Carlos Martins, e, principalmente, ausência total de bons conselheiros.

A mentira contumaz, hoje prática imperiosa entre alguns governantes, parece ter abraçado definitivamente a atual administração pública itapirense, senão vejamos: escondeu desde janeiro as informações sobre várias mortes suspeitas pela Covid19, depois que o assunto ganhou as redes sociais, três dias foram suficientes para ele esclarecer mais de 60% dos casos, sem, contudo, ter a compaixão de dar explicações humanizadas e sinceras às famílias atormentadas por tanto sofrimento; desmontou o hospital de campanha em pleno agravamento da Covid19, alegando falhas, mas omitindo o porquê de ter demorado mais de dois meses para tomar tal decisão; não incluiu Itapira na aquisição de vacinas junto ao consórcio de prefeitos, afirmando que esse não era o melhor caminho, perdendo o prazo oficial de adesão, justificando mentirosamente que nem as capitais brasileiras tinham aderido e, depois da repercussão negativa, mudou de ideia e pediu para ser integrado à lista de retardatários; assumiu mais de 10 obras em andamento com todos os recursos garantidos e paralisou a maioria delas alegando falta de dinheiro em caixa, justamente quando o município teve o melhor primeiro bimestre de todos os tempos na arrecadação de ICMS e FPM: um aumento de quase R$ 5 milhões em relação a janeiro e fevereiro de 2020; não explicou a paralização total dos quatro loteamentos em curso, mesmo tendo recebido tudo de bandeja; se fez “ouvidos de mercador” sobre a pavimentação do acesso ao Bié, depois da licitação concluída e todos os recursos garantidos.

A lua de mel do Toninho Bellini com os munícipes foi interrompida. Não sem motivos: o prefeito tá off, temos um prefeito que não governa, que não lidera e que está desligado das reais necessidades do povo itapirense.

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