Crônica: O Último Relógio, por Guilherme Reis
Em uma pequena vila cercada por montanhas, existia uma torre com um relógio único, que não marcava horas, mas momentos importantes da vida de cada habitante. Ninguém sabia como ele funcionava, mas todos o respeitavam. Quando alguém nascia, uma engrenagem nova surgia. Quando morria, a engrenagem parava.
Certo dia, o ponteiro principal do relógio parou subitamente. A vila ficou em alvoroço. Nenhum momento parecia mais ser registrado. Maria, uma jovem curiosa, subiu até a torre para investigar. Lá dentro, encontrou um velho homem, o Guardião do Relógio, sentado entre engrenagens brilhantes.
— Por que o relógio parou? — perguntou Maria.
O Guardião sorriu, mas parecia cansado.
— Porque o mundo lá fora parou de viver momentos que importam. As pessoas esqueceram de sentir, de sonhar.
Maria ficou em silêncio, mas algo nela despertou. Saiu da torre determinada. Começou a reunir as pessoas da vila para contar histórias, plantar flores, dançar na praça e rir juntas. Aos poucos, o relógio recomeçou a girar.
No dia em que Maria subiu novamente à torre, encontrou apenas uma nota deixada pelo Guardião:
“Continue girando o mundo com o que importa.”
Este texto foi escrito por Guilherme Reis, um autor itapirense que gosta de explorar temas variados em sua escrita, desde o amor até a ficção científica, sempre com um toque criativo e reflexivo.
Para conhecer mais obras e mergulhar em diferentes universos literários, visite as páginas abaixo:
Instagram: https://www.instagram.com/el_guigs_
Site: https://giagogti.wixsite.com/copo-sujo