Gazeta Itapirense

Consumo de ‘corote’ aumenta entre os jovens e já preocupa

A bebida alcoólica tem forte presença entre os brasileiros e cada vez mais é consumida por mulheres e homens jovens, adolescentes em especial. A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica o alcoolismo como uma doença psiquiátrica, já que apresenta componentes físicos e mentais, causando dependência psíquica.

O alcoolismo, ou o chamado vício do álcool, é um grande problema social. Cerca de 3 milhões de pessoas em todo o mundo morrem em consequência direta ou indireta do alcoolismo, de acordo com a OMS.

O coordenador do Centro de Atenção Psicossocial “Raineri Baiochi”, conhecido como CAPSad, o psicólogo José Antônio Zago, comentou que há impactos psíquicos significativos nos dependentes do alcoolismo.

Entre os fatores que contribuem para o surgimento da dependência, Zago cita a facilidade de acesso; associação do álcool ao ambiente social e à diversão; a glamourização do consumo de bebidas alcoólicas; o histórico familiar de abuso do álcool; o contato precoce com a bebida e problemas de saúde mental não resolvidos.

O coordenador do CAPS-ad, o psicólogo José Antônio Zago, diz que o tratamento ao vício do álcool é multiprofissional

“A necessidade de beber a qualquer momento, as alterações de humor, a necessidade de altas doses do álcool para sentir o efeito da bebida, bem como as alterações que ocorrem no metabolismo orgânico e no sono, além dos distúrbios alimentares, fadiga e dificuldade de raciocínio, são os grandes problemas que advêm do consumo exagerado do álcool em nível de dependência, o que obriga a pessoa a acender o sinal amarelo e procurar ajuda”, declarou o experiente psicólogo.

O acesso a bebidas populares e baratas, como o corote, tem se tornado uma verdadeira febre não somente entre os alcoolistas, mas também entre o público mais jovem. O corote, seja pelo valor mais barato ou pela gradação alcoólica, supera o dobro do teor das cervejas populares, e pode ser considerado no jargão popular uma ‘droga do capeta’.

Com 13.5% de álcool, é a bebida mais procurada por moradores em situação de rua, em especial pelo valor mais em conta, mas também porque não demonstra tanto o gosto do álcool como a vodka ou as caninhas de baixa qualidade.

Além do teor alcoólico elevado e o preço barato, o corote faz mal também porque possui excesso de corantes e conservantes, que podem ser prejudiciais à saúde, causando alergias e problemas intestinais.

Zago destaca que o tratamento da dependência é considerado multiprofissional, ou seja, passa por vários especialistas. Alguns deles são os médicos, nutricionistas, psicólogos e enfermeiros. “É necessário avaliar, caso a caso, quais são as intervenções necessárias para cada pessoa e quais profissionais devem participar”, cita.

É ainda avaliado o grau de alcoolismo da pessoa: leve, moderado ou grave, podendo ser necessário ou não a internação para se livrar do problema.

Em Itapira, o CAPS-ad é uma das referências no atendimento ao dependente de álcool. Fica situado à rua Ernesto Stringuetti, 140, no Nosso Teto. O telefone é 19 3813.2627. O acesso também pode ser feito pela rua Avelino Boretti, s/nº.

O corote é uma das bebidas de mais fácil acesso aos dependentes do álcool


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