Gazeta Itapirense

Com inflação em alta, prefeitura concede aumento “fictício” aos servidores

A administração Toninho Bellini tem demonstrado que o atual prefeito tem sido um ótimo aluno dentro de uma escola que tem produzido no país uma safra de políticos dissimulados, que usam deliberadamente os veículos de comunicação em seu proveito próprio para espalhar o que se convencionou chamar no Brasil de “meias verdades”.

É o caso do anúncio recente de que a prefeitura irá reajustar em 11% os salários de todos os funcionários a partir de primeiro de janeiro de 2022, além de conceder um pacote de bondades para determinados grupos. A inflação acumulada nos últimos 12 meses está em 10,74%, devendo ultrapassar a casa dos 11% até o final do ano. Ou seja, os servidores podem sair perdendo.

O que mais chama atenção é que o atual prefeito colhe os resultados da boa gestão nas contas públicas levada a ferro e fogo por seu antecessor, se beneficiando de um aumento de arrecadação que atingiu a casa de R$ 30 milhões durante o ano, acima do arrecadado entre janeiro e novembro de 2020, além de sobras de outros R$ 30 milhões que recebeu ao assumir a prefeitura em janeiro deste ano. Apesar de toda essa dinheirama, mais de R$ 60 milhões, Bellini vai apenas repor a inflação do salários dos servidores, sem dar aumento real e ainda posa de bom samaritano ao lado da eterna presidente do Sindicado dos Servidores, Cristina Helena Gomes. Haja marketing!

O último reajuste dos servidores públicos ocorreu em 2020, ainda sob a administração Paganini.

Quebrando o silêncio

Todo este ardil não passou despercebido do ex-prefeito Paganini, que pela primeira vez desde que deixou o cargo na virada de 2020 para 2021, quebrou o silêncio a que tinha se submetido por vontade própria, evitando abordar temas de natureza administrativa.

Com relação ao reajuste do funcionalismo anunciado a partir de 2022, ele disse para A GAZETA o que muita gente pensa, mas não tem coragem de dizer. “Em minha opinião, oferecer um reajuste de 11% é o mínimo que a atual administração poderia fazer. É obrigação. Devemos nos lembrar que estamos fechando 2021 com inflação de 11%. Ou seja, está ocorrendo uma recomposição salarial. Mas a percepção geral de toda a população é que muitos produtos essenciais tiveram aumento muito maior do que a inflação anunciada. Os servidores municipais não são diferente de ninguém. Também eles estão tendo dificuldade para manter o mesmo padrão de vida. Só para dar uma referência, lembro do preço do álcool que em dezembro de 2020 era R$ 2,54, hoje, beira os R$ 5,20, do pacote de 5kg de arroz que custava R$ 20,00, agora está R$ 30,00, do gás de cozinha que era R$ 60,00, hoje bate nos R$ 120,00 ”, comparou.

Paganini entende que seu sucessor poderia ter oferecido um reajuste maior: “ele tomou posse com R$ 30 milhões em caixa, recebeu a cidade bem cuidada, praticamente todas as ruas recuperadas e a arrecadação, que reflete o desenvolvimento da cidade em 2019 e 2020, lhe concedeu R$ 30 milhões a mais quando comparada com janeiro e novembro de 2020. Ou seja, R$ 60 milhões além da arrecadação normal. É muito dinheiro”, registrou.

Finalmente, Paganini destacou que durante o seu governo, nenhum ano ficou sem reajuste e ainda conseguiu repor as perdas dos oito anos anteriores.

Compartilhe
error: