Gazeta Itapirense

Calorão volta com força e traz novo ânimo para diversos setores de atividade

O início de verão mais ameno dos últimos doze anos pelo menos foi muito festejado por aquelas pessoas que sentem incômodo por temperaturas elevadas. Tem sido assim desde o final do ano passado e também no início de 2022. A boa incidência de chuvas, e o tempo consequentemente encoberto a maior parte do dia, derrubou as temperaturas em até 06 graus em comparação com outros períodos. Ao invés de máxima superando os 30 graus como é comum nesta época do ano, temperatura girando na casa dos 22 graus durante o dia e 16 durante a madrugada.

Pelo jeito isso ficou para traz. Confirmando todas as previsões, assim que a chuva deu uma trégua, as temperaturas na cidade dispararam. Hoje, por exemplo, não era ainda nem 10h30 da manhã e o termômetro da IMBIL já registrava incômodos 32 graus positivos.

 

Não era nem 11 horas da manhã e a temperatura excedia os 30 graus no Penhão

 

Não muito longe dali, o comerciante Adão José Costa Oliveira, 69, dono da Sorveteria do Adão, que há quase 20 anos reina no bairro Penha Rio do Peixe comemorava. “Agora é hora de correr atrás do prejuízo”, disse ele. O comerciante, famoso por colocar nas ruas da cidade um mini-exército de pessoas que vendem picolés empurrando o famoso carrinho de sorvetes, revela que em circunstâncias normais, a cada final e virada de ano, tem em média 10 deles circulando. “Caiu para três carrinhos em média”, uma judiação para quem precisa ganhar uns trocados”, comentou. Adão colocou culpa no tempo nublado. “Acho que foram pelo menos uns 20 dias chuvosos”, calculou.

Segundo Adão, o “rei do Picolé”, frio fora de época prejudicou  seu negócio

 

O autônomo Francisco de Assis Giglielmoni, de 55 anos, é uma das pessoas que costumam “fazer bico” em finais de semana vendendo sorvetes de seu Adão. “Não adiantava sair. Chovia, a temperatura caia, pouca gente se sente atraída pelos sorvetes nessas condições”, colocou. “Com esse ganho asseguro pelo menos o gás de cozinha. Faz falta”, reforçou.

 

Pandemia

 

O empresário João Luiz Paschoalin, 67, proprietário da fábrica Gelo Puro, comentou que o frio fora de hora veio se somar a um fenômeno registrado desde o início da pandemia, que afetou diretamente seu negócio: a ausência das festas. “É claro que com sensação térmica mais baixa o negócio também dá uma esfriada, mas pior é as pessoas não poderem se reunir. São as festas que movimentam o negócio”, avalia.

Na Casa de Suco Amazonas, na região central, que vive apinhada de gente, o movimento nos dois últimos meses caiu cerca de 20% no entendimento da gerente Geni Marcatti. “Esse tipo de comércio sente muito os efeitos da oscilação da temperatura. Mais calor, vendas mais elevadas, menos calor, movimento menor”, comparou. Geni disse que esse comportamento tem sido verificado também nas outras unidades da famosa rede regional.

No jardim Raquel, a revenda de água Pura Fonte tem mantido a mesma pegada de sempre segundo as proprietárias Sara e Suelen Siqueira de Almeida, mãe e filha que se revezam no atendimento. “Não notamos queda nas vendas por causa da temperatura mais amena”, comentou Suelen. A mãe, dona Sara, lembrou que mesmo durante a pandemia, quanto tudo estava fechado, o negócio foi pouco prejudicado com a adoção da estratégia de venda pelo sistema “drive-trhu”, onde as pessoas pegavam os galões na porta de entrada. “Água é algo essencial, não dá para as pessoas ficarem sem”, afirmou.

Francisco espera retomar a venda de picolés já neste final de semana

 

 

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